Pacientes com HIV terão tratamento antecipado; pelo menos cem mil novos casos serão atendidos
Governo ofertará antirretrovirais assim que a infecção for identificada, qualquer que seja o estágio da doença
14 de outubro de 2013 | 16h 53
LÍGIA FORMENTI - Agência Estado
Pacientes adultos com HIV terão o tratamento antecipado no Brasil. O
Ministério da Saúde ofertará a terapia com antirretrovirais assim que a
infecção for identificada, qualquer que seja o estágio da doença. Com a
mudança, a expectativa é de que pelo menos cem mil novos pacientes
passem a fazer uso do remédio. Atualmente, são 313 mil.
"A nova estratégia coloca o País na vanguarda do tratamento", afirmou o
ministro da Saúde, Alexandre Padilha. A oferta de antiaids para todos os
portadores do vírus é adotada somente pelos Estados Unidos e pela
França. A mudança na indicação do uso do remédio deve ser posta em
prática até o fim de 2013. Está prevista também a incorporação no
protocolo de uma nova droga, combinada, produzida pela Fundação Oswaldo
Cruz (Fiocruz). O três em um, composto por tenofovir, lamivudina e
efavirenz, aguarda certificação da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa). Assim que for liberado, o produto deverá ser
indicado para pacientes no início de tratamento.
O
tratamento precoce tem dois objetivos. O primeiro deles é ampliar a
proteção do paciente com HIV. Pesquisadores concluíram que a estratégia
melhora de forma significativa a qualidade de vida do soropositivo, além
do efeito protetor. A medida também tem um caráter de saúde pública. Ao
tomar o antirretroviral, os níveis de vírus no organismo são reduzidos
de forma significativa, dificultando a contaminação do parceiro, no caso
de relação sexual sem camisinha.
"Isso
não impede, mas reduz a transmissão", afirmou. A coordenadora do
Programa Estadual de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST)-Aids de
São Paulo, Maria Clara Gianna, disse considerar a antecipação do
tratamento uma medida importante. "Não há dúvida de que é um avanço",
declarou. Maria Clara destacou no entanto ser necessário agora organizar
o sistema de atendimento porque, "certamente", a demanda nos serviços
deverá crescer. De acordo com ela, um outro ponto importante é assegurar
a precocidade no diagnóstico da doença. Caso contrário, ainda há uma
legião de pacientes que não se beneficiará com a mudança da
recomendação.
Padilha
disse não haver, no momento, a estimativa de qual será o impacto no
orçamento para ampliação da indicação do remédio. Atualmente, do R$ 1,2
bilhão reservado no orçamento para aids, R$ 770 milhões são destinados
para medicamentos. O ministério afirmou que, para o cálculo exato, é
preciso saber qual será o preço da droga combinada, produzida pela
Fiocruz.A política de antecipar o tratamento de pacientes com HIV é adotada pelo governo há alguns anos. Em 2012, o início do uso de drogas passou a ser indicado para pacientes com contagem de defesa no organismo (CD4) igual ou inferior a 500. Soropositivos com parceiros sem HIV também passaram a ter indicação do uso precoce do medicamento, independentemente da carga viral.
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Atividade nos últimos dias:
Para vidda@yahoogrupos.com.brforumongaids-rj@yahoogrupos.com.br
Out 20 em 4:51 PM
Mara.
Eujá havía chamado a atenção para debatermos sobre a consulta
pública envolvendo tratamento e que termina agora no inicio de novembro
(antes do ENONG) e ninguem se manifestou.
Infelizmente as reações são sempre posteriores as tomadas de
decisão...no meu entendimento esta discussão tem que ser anterior a
Comissão Estadual ejá seguir com encaminhementos e propostas do
Movimento.
As mudanças tem sido rápidas e poucos estão de fato acompanhando e
se posicionando sobre as novas estratégias. O Fonaids e as listas
viraram varal de "roupas" e de intrigas e pouco se discuti acerca da
política de Aids e seus desdobramentos. Lamentável...
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