sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Bazar Solidário

Participem e divulguem será muito legal!!!!!!!!!!!!

A nova política de tratamento para AIDS é sustentável?


No último dia 1º de dezembro, Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, o Ministério da Saúde divulgou um novo boletim sobre a Aids no Brasil. No evento de lançamento do boletim, realizado no Rio de Janeiro, foram anunciadas novas medidas de enfrentamento da epidemia, que são parte do novo Protocolo Clínico de Tratamento de Adultos com HIV e AIDS. Entre as novas medidas anunciadas, está a ampliação do tratamento com antirretrovirais na rede pública para todos os adultos com o HIV, independentemente da contagem das células de defesa do organismo - CD4. De acordo com a diretriz anterior, apenas pacientes com menos de 500 CD4 por milímetro cúbico de sangue eram elegíveis ao tratamento. As novas diretrizes estão alinhadas com as novas tendências mundiais de tratamento recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Estima-se que há 718 mil pessoas com HIV no Brasil, entre as quais 150 mil não sabem que estão com o vírus. O desconhecimento sobre a própria infecção é bastante grave e o início tardio do tratamento faz com que muitas pessoas morram no primeiro ano após o diagnóstico. Mortes que poderiam ser evitadas se o tratamento for iniciado mais cedo.

A política “testar e tratar”, que objetiva a ampliação de acesso a diagnóstico e tratamento, é bem-vinda. No entanto, algumas preocupações devem ser levadas em consideração para que sua implementação seja feita de forma a garantir os direitos humanos, e não promover sua violação. Vale lembrar que uma política baseada nos direitos humanos e com constante participação da sociedade civil em todas as fases de elaboração e implementação é o que fez com que o programa brasileiro de combate à Aids fosse visto como uma política de sucesso em todo o mundo. Sem isso, os retrocessos que já começam a aparecer poderão colocar todo o sucesso obtido em risco.

As iniciativas governamentais de testagem do HIV ainda excluem os grupos mais atingidos pela epidemia, que seguem sem acesso ao teste. Muitos tem receio de realizar o teste com medo do preconceito que muitas vezes ainda acompanha o diagnóstico. As recentes censuras de campanhas e materiais de prevenção é um grave sinal de que o governo está retrocedendo no combate ao preconceito e ao estigma social relacionado à Aids. O combate ao preconceito é central na luta contra a Aids.

A ampliação da oferta de teste de diagnóstico deve ser feita dentro de parâmetros social e cientificamente estabelecidos, que prevê aconselhamento pré e pós testagem, e sempre de forma voluntária e com total sigilo e privacidade. Assim, iniciativas como testagem em megaeventos e disponibilidade de teste de baixo custo em farmácias são preocupantes. Ademais, pouco adianta receber o diagnóstico positivo e não ter acesso a serviços de saúde necessários ao tratamento. O longo tempo de espera para a primeira consulta e a falta de atendimento especializado no sistema público de saúde são inaceitáveis.

Ainda, acreditamos que o tratamento com medicamentos antirretrovirais deve ser disponibilizado para todas as pessoas vivendo com HIV, mas a decisão sobre o início do tratamento cabe apenas a própria pessoa, após recebimento de todas as informações disponíveis sobre os benefícios e os riscos do tratamento. Principalmente no que se refere ao “tratamento como prevenção”, devemos ressaltar que o tratamento deve sempre visar o benefício clínico para a pessoa e o consequente aumento de sua qualidade de vida. A pessoa vivendo com HIV não pode ser tratada como um transmissor do vírus. Assim, a decisão sobre o início do tratamento com antirretroviral, especialmente nos casos de pessoas assintomáticas, com contagem de CD4 superior a 500 ou soronegativas, deve ser feita respeitando a autonomia do indivíduo, sem coerção ou julgamento moral sobre sua decisão. Ademais, o tratamento antirretroviral não pode ser visto como único meio de prevenção. A política de prevenção deve ser combinada e outras formas de redução da transmissão do vírus, como o uso de preservativos, não podem ser deixadas de lado.

Ademais de todas as preocupações mencionadas, acreditamos que mais uma pergunta deve ser feita: A nova política de tratamento para AIDS é sustentável?  Caso todas as pessoas elegíveis para tratamento optem por iniciar imediatamente o uso de medicamentos antirretrovirais, teremos recursos financeiros disponíveis para garantir acesso a tratamento universal e gratuito para todos?

Um grande desafio para a sustentabilidade do sistema público de saúde tem sido o aumento dos custos dos tratamentos devido à utilização de novos medicamentos protegidos por patentes. As patentes conferem direitos de exclusividade a seus detentores. Assim, o titular da patente pode vender o produto em situação de monopólio com preço elevado, o que dificulta a viabilidade de políticas públicas de acesso a medicamentos.

Segundo dados do Ministério da Saúde, atualmente 313 mil pessoas recebem medicamentos antirretrovirais no Brasil. Segundo as estimativas, outras 100 mil devem iniciar o tratamento em 2014, um aumento de 32%. No entanto, o aumento no orçamento total do Ministério da Saúde para o programa de Aids será de menos de 20%, passando de 1,1 para 1,3 bilhão. Em 2013, R$ 770 milhões (66% do orçamento) foram destinados apenas para a compra de medicamentos. Em 2005, quando o gasto com medicamentos chegou a R$ 986 milhões, principalmente em razão da incorporação de medicamentos patenteados com preços elevados, o Ministério da Saúde declarou publicamente que a política de aids estava em risco no Brasil. Atualmente, o preço dos medicamentos, especialmente os de segunda e terceira linha, está novamente em patamares muito elevados. E o governo pouco tem feito para mudar essa situação.

No início da epidemia de Aids, o Brasil teve um papel de vanguarda ao provar para o mundo que o tratamento das pessoas com HIV/Aids era possível. O acesso a tratamento antirretroviral foi em grande parte possibilitado pela fabricação nacional dos medicamentos, a preços muito mais baixos do que os praticados pelos laboratórios multinacionais. Mas também em 1996, o Brasil alterou sua lei de propriedade industrial e os medicamentos mais novos passaram a ser protegidos por patentes, o que impede a produção local ou a importação de medicamentos genéricos a preços mais baixos. Algumas medidas poderiam ser adotadas pelo governo para minimizar o impacto negativo das patentes no acesso a medicamentos e assegurar a sustentabilidade de políticas públicas de acesso a saúde, mas atualmente pouco tem sido feito nesse sentido. Em 2007, foi emitida uma licença compulsória para o medicamento antirretroviral efavirenz, a primeira e única licença compulsória no Brasil. Com essa medida, o Brasil economizou em 5 anos mais de R$ 200 milhões, com a importação do medicamento genérico e posterior produção nacional pelo laboratório público Farmanguinhos. Apesar do sucesso da licença compulsória, o governo optou por deixar de lado a utilização dessa medida de proteção para a saúde e adotar uma estratégia comercial baseada na negociação de licenças voluntárias com os titulares das patentes, por meio das Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs). Apesar das declaradas boas intenções, os benefícios das PDPs para as políticas de saúde ainda são uma aposta, cercada de promessas governamentais.

Ainda, estão em tramitação na Câmara dos Deputados diferentes projetos de lei que visam uma revisão da lei de patentes sob a perspectiva de defesa do interesse público. A aprovação dessas alterações dotariam o Brasil de medidas que, assim como a licença compulsória, poderiam beneficiar o acesso a medicamentos e a sustentabilidade de políticas públicas de saúde. A reforma da lei de patentes é um passo fundamental, mas de nada adianta a previsão legislativa se não houver real vontade política para utilização dessas medidas.

A disponibilização de tratamento para todos os que queiram inicia-lo é uma iniciativa louvável, mas deve ser acompanhada de outras medidas para que seja efetiva e sustentável. O sistema internacional de propriedade intelectual permite aos países adotarem medidas de proteção ao direito à saúde. O sistema internacional de direitos humanos impõem aos países a obrigação de utiliza-las. No Dia Mundial de Luta contra a Aids, esperamos que o governo se lembra que apenas uma política baseada nos direitos humanos pode ser efetiva para o combate à epidemia.

O Grupo de Trabalho sobre Propriedade Intelectual da Rede Brasileira pela Integração dos Povos (GTPI/Rebrip) é um grupo formado por organizações da sociedade civil, pesquisadores e ativistas que há 10 anos defende uma perspectiva de interesse público no debate sobre acesso a medicamentos.  Desde 2003, desenvolve atividades voltadas para a diminuição dos impactos negativos das patentes sobre políticas públicas de saúde no Brasil e no Sul Global. Saiba mais sobre nossa atuação em:
www.deolhonaspatentes.org.br.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Turma da Monica ganha personagens com HIV

http://vejasp.abril.com.br/blogs/pop/2013/12/04/turma-da-monica-ganha-personagens-com-hiv-em-edicao-especial-do-gibi/?utm_source=redesabril_vejasp&utm_medium=facebook&utm_campaign=vejasp

Postado em 04/12/2013 por Tiago Faria | 3 comentários

Turma da Mônica ganha personagens com HIV em edição especial

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A turminha do bairro do Limoeiro ganhou dois colegas de classe: Igor adora correr e, quando passa, provoca suspiros na Mônica. “Que gatinho!”, ela diz. Já Vitória é uma patinadora hábil e muito simpática. Eles são bem-humorados, adoram viver e chegaram ao mundo dos gibis para derrubar preconceitos sobre o vírus HIV. O menino e a menina foram criados por Mauricio de Sousa em parceria com a ONG Amigos da Vida, que atua no Distrito Federal para auxiliar pacientes soropositivos.
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O projeto Amiguinhos da Vida com a Turma da Mônica terá uma edição especial que informará os leitores sobre as formas de infecção do HIV/Aids, o que é Aids, como conviver com crianças soropositivas e o impacto social causado pela doença. Igor e Vitória têm sete anos de idade, convivem em harmonia com a Turma da Mônica e, em resumo, levam uma vida normal.
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O objetivo da revista, segundo Maurício, é “falar sobre o preconceito”. Com os personagens, o desenhista quer mostrar que todas as crianças podem brincar juntas, de igual para igual. Na historinha, é a própria Vitória quem avisa à professora que tem o vírus HIV:  “Nós gostaríamos que vocês soubessem que vivemos com o HIV. É um vírus que desenvolve a Aids, e que tem tratamento”, ela diz.
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O projeto, com apoio da Unicef, terá distribuição gratuita em escolas públicas. É uma boa ideia ou um tema delicado demais para ser tratado em gibis? Deixe seu comentário e aproveite para curtir nossa fanpage no Facebook.

Drama de soropositivo ilustra novo desafio no combate à Aids

Drama de soropositivo ilustra novo desafio no combate à Aids

Publicação: 27/07/2012 19:03 Atualização: 27/07/2012 17:50

Desempregado, José Luís da Silva não tem onde morar e passa as noites em banco de rodoviária (Júlia Carneiro/BBC Brasil)
Desempregado, José Luís da Silva não tem onde morar e passa as noites em banco de rodoviária
Eram 10h do dia 5 de setembro de 2007 quando José Luís da Silva descobriu que era soropositivo. No ano seguinte, soube que havia desenvolvido uma leucemia. Hoje, a vida está "a pior possível".

"Hoje sou um sem-teto", afirma Silva, de 47 anos, desempregado. Há quatro meses, ele passa as noites na Rodoviária Novo Rio, dormindo em um banco no segundo andar, usando a mochila como travesseiro. Quando consegue dinheiro de amigos solidários, dorme em uma pensão.

Silva toma os medicamentos antirretrovirais todos os dias, religiosamente, mesmo que não tenha o que comer. O coquetel vem ajudando a controlar o HIV, mas o tratamento médico não mata a sua fome. Sua única renda fixa são R$ 70 que recebe do Bolsa Família.

Silva é um exemplo de como o programa brasileiro para pessoas com HIV no Brasil, que inovou no passado ao determinar a oferta universal da terapia antirretroviral, hoje precisa de mais que remédio.

Ele não tem família e depende da solidariedade de amigos e da ajuda de ativistas de ONGs onde milita. A incerteza sobre o teto se arrasta desde que soube da doença. Morava com a namorada, mas ela pediu que saísse de casa um dia após saber do diagnóstico.

Assistência social
Mara Moreira, do Grupo Pela Vidda, diz que epidemia mudou de perfil e hoje está atingindo pessoas mais pobres (Júlia Carneiro/BBC Brasil )
Mara Moreira, do Grupo Pela Vidda, diz que epidemia mudou de perfil e hoje está atingindo pessoas mais pobres

Coordenadora de um programa educativo no Grupo Pela Vidda, Mara Moreira afirma que há um aumento de pessoas que chegam à ONG com demandas de cunho social.

Há muitos casos de pessoas que recebem alta do programa de Previdência Social, deixam de receber o benefício, mas não conseguem emprego, diz.

"A epidemia mudou de perfil e hoje está atingindo pessoas mais pobres. Temos recebido várias demandas na área de assistência social, com pessoas que precisam de recursos financeiros e de condições de sobrevivência mínima, mas não temos a quem recorrer", diz Mara, que tentou buscar apoio na Secretaria Municipal de Assistência Social, mas foi encaminhada de volta à Secretaria de Saúde.

Ela ressalta que a terapia antirretroviral exige que as pessoas se alimentem bem, e alguns medicamentos precisam ser mantidos na geladeira. "E aí as pessoas estão dormindo na rua. Como fazer?"

Para o psicólogo Veriano Terto Júnior, coordenador-geral da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia), faltam medidas para além do fornecimento de antirretrovirais.

"O Brasil tem acesso universal (ao tratamento). Esse é o nosso grande resultado", diz. "Mas infelizmente começamos a ver um novo crescimento da taxa de mortalidade em alguns lugares, o que está menos relacionado à Aids em si do que a deficiências na assistência."

Mortes

No ano passado, 11 mil pessoas morreram por causa da Aids no Brasil. No Rio, o ritmo de óbitos vem aumentando desde 2007, diz Terto. "Isso é inaceitável para um país que tem acesso universal ao medicamento."

Apesar de ser bem articulado, Silva tem pouca esperança de conseguir um emprego. A última vez que tentou foi em uma empresa de ônibus do Rio que anunciara vagas para pessoas com necessidades especiais.

"O médico perguntou qual era a minha deficiência. Quando respondi, ele rasgou a minha ficha e disse que não contratavam soropositivos", lembra.

Ele diz querer um emprego, mas duvida que encontre um empregador que preencha seus requisitos. "Os patrões têm que entender que a cada três meses vou ter que me ausentar para ir ao médico, e que de vez em quando vou chegar atrasado."

Ele defende que pessoas em sua situação sejam beneficiadas por uma política de segurança nutricional, de moradia e de assistência pecuniária. "Eu não vou viver só de antirretroviral. Tenho que me alimentar."
Tags: celular

Documento Politico do Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas



Documento Politico do Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas


Nós mulheres reunidas no II Seminário Nacional de Lideranças e Comunicação para Mulheres +realizado na cidade de Atibaia entre os dias 14 a 17 de novembro de 2013 reafirmamos neste documento a importância de garantir o acesso à informação e a manutenção das políticas de incentivo ao combate da epidemia de DST/HIV/AIDS em especial atenção as especificidades da mulher nos eixos temáticos abaixo especificados:
 
ü  Qualidade da Atenção e acesso à saúde;
ü  Fortalecimento do Controle social, Participação e Mobilização;
ü  Intra e Intersetorialidade, Vulnerabilidades e Construção de Ações Estratégicas;
ü  Gestão e Monitoramento.
 
A garantia universal e integral do acesso da mulher ao tratamento nas suas mais variadas especificidades buscando contemplar as necessidades regionais, estaduais e municipais de forma que os princípios do SUS sejam respeitados enquanto equidade, universalidade e integralidade. Isso posto apontamos os principais pontos a serem observados:
 
- Os Efeitos Colaterais advindos de fatores com o uso constante de  Antiretrovirais, solicita-se a garantia de acesso aos exames específicos como: densitometria óssea e dosagem hormonal entre outros.
 
- A Realização de pesquisas quanto aos efeitos do HIV e ao uso dos Antiretrovirais, observando as necessidades e especificidades femininas e as mudanças corporais, tais como: Agravos ginecológicos, dermatológicos, hormonais, envelhecimento precoce entre outros.
 
- Ampla divulgação das novas tecnologias de prevenção e tratamento, com garantia de acesso e distribuição contínua de todos os insumos;
 
- Considerando que a Portaria de Lipodistrofia desde 2005 ainda não foi implementada de forma efetiva na maioria dos estados, garantir a sua implementação e o atendimento prioritário das mulheres vivendo com HIV/AIDS que se encontra nos serviços aguardando as cirurgias reparadoras e preenchimento facial.
 
- Realizar pesquisas relacionadas ao controle da lipodistrofia conforme experiências nos Estados Unidos em relação ao uso de Egrifta (hormônio de crescimento) garantindo assim o acesso às mulheres vivendo com HIV.
 
- Realizar Campanhas onde o não amamentar das mulheres vivendo com HIV/AIDS seja visto também como um ato de prevenção e amor.
 
- Garantir o acesso do inibidor de lactose, dentro da Rede Cegonha cumprindo a pactuação tripartite de medicamentos.
 
- Ofertar a testagem para o HTLV e a inclusão automática com outros testes e pesquisas sobre sintomas e coinfecção.
 
- Incentivar e orientar a participação efetiva das mulheres vivendo com HIV/AIDS nos espaços de controle social em seus municípios e estados.
 
- Viabilizar capacitações técnicas permanentes sobre as novas legislações do Sistema Único de Saúde para as mulheres vivendo com HIV/AIDS, a citar: - COAP, SICONV, RRAS entre outros.
 
 
- Garantir as ações da política de controle à epidemia de HIV/AIDS nos municípios e estados através da criação de uma dotação orçamentária específica. 
 
 
 
Atibaia, 17 de Novembro de 2013.
 
 
 

programa Campus sobre HIV


Assistam o programa do Campus da UERJ , com Cazu Barroz e Mara Moreira









Rio de Janeiro, 01 de Dezembro de 2013