quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Ambulatório de Aids no Hospital da Ordem Terceira

quarta-feira, 29 de agosto de 2012


Inaugurado Ambulatório de AIDS na Tijuca.

Informe importante:

 Está funcionando o ambulatório de Aids no Hospital da Ordem Terceira São Francisco de Assis, localizado na Tijuca.  Esse serviço foi contratado pela SES para ampliar a oferta de assistência às pessoas que vivem com HIV/AIDS.
É um serviço referenciado. Estamos organizando a agenda.
Com relação ao ambulatório:  Considerando a necessidade de atendimento dos usuários, esse serviço já está disponível para pacientes identificados pelos municípios do Rio de Janeiro, São Gonçalo, Nova Iguaçu, São João de Meriti, Duque de Caxias. O encaminhamento neste momento é feito exclusivamente pela Gerência estadual.  O municipio entra em contato conosco, por e-mail (denise.pires@saude.rj.gov.br),  e viabilizamos o atendimento. O usuário é consultado se quer ser acompanhado nesse serviço pelo município de origem.  Destacamos para os municípios que nosso interesse é ampliar a oferta( não substituir o que já temos) , incindir na fila de espera e identificar os casos mais urgentes que necessitem de rápida consulta.
Um problema identificado por todos, diz respeito a necessidade de acompanhamentos daqueles usuários oriundos das urgências, emergencias, pós alta .  Assim, entramos em contato com a gestão federal no Rio de Janeiro e também combinamos o fluxo para as urgências  e emergencias federais, cujo usuário necessite de acompanhamento ambulatorial. 
Esse serviço também é referência para o Projeto Quero Fazer.
Com relação a internação: está organizada pela regulação estadual, de acordo com a capacidade instalada da unidade.  Temos 14 leitos.  Por questões físicas da unidade, ainda temos restrições para internações, mas, estamos organizando a ampliação do protocolo e adaptação na unidade para maior capacidade de resposta.  As internações estão sendo captadas fundamentalmente, nas urgencais , emergencias, e UPAS da rede.
Sabemos que tal iniciativa, não encerra os desafios colocados para a garantia do direito a assistência integral e de qualidade das pessoas que vivem com HIV/AIDS no nosso Estado, mas, é uma contribuição nessa direção.
 

Links AO VIVO___

IX Congresso Brasileiro de Prevenção das DST e Aids, o II Congresso Brasileiro de Prevenção das Hepatites Virais, o VI Fórum Latino-americano e do Caribe em HIV/Aids e DST e o V Fórum Comunitário.


 Prezad@s,

 O congresso será transmitido a partir dos links abaixo caso queiram assisstir via web. Abraços, Luciana


 IX Congresso Brasileiro de Prevenção das DST e Aids, o II Congresso Brasileiro de Prevenção das Hepatites Virais, o VI Fórum Latino-americano e do Caribe em HIV/Aids e DST e o V Fórum Comunitário.
A abertura oficial dos eventos será a partir das 19 horas no Centro de Convenções do Anhembi em São Paulo. Logo após, o cantor e compositor Tom Zé fará um show aberto ao público no auditório Celso Furtado.
Se você não vai ao evento, pode acompanhar os principais acontecimentos, todos os dias, ao vivo, por meio do site dos eventos. Basta acessar os links abaixo para fazer a sua escolha. Serão 3 links simultâneos com temas diferentes a serem abordados. Cada link tem uma agenda própria.
Vale lembrar que o V Fórum Comunitário já iniciou hoje e também pode ser acompanhado pelos links ao vivo.

Acesse, escolha sua agenda e participe!

1. LINK 01 - Salas e Plenárias - http://sistemas.aids.gov.br/congressoprevencao/2012/index.php?q=node/87
2. LINK 02 - Salas e Plenárias - http://sistemas.aids.gov.br/congressoprevencao/2012/index.php?q=node/89
3. Por dentro do Congresso - http://sistemas.aids.gov.br/congressoprevencao/2012/index.php?q=node/91

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Manifesto no congresso brasileiro de prevenção

Prezados,
Quero deixar aqui registrado que este meu manifesto foi publicado antes da manifestação e para informar quem não foi. A prisendenta não enviou seu ministro da saúde e nem mesmo o governador e nem o prefeito e nem os secretários de saúde tiveram presentes. Estamos indignados e infelizmente na hora da fala do Sr. Jarbas Barbosa nos manifestando mostrando cartões vermelhos e gritando: Tem Aids, tenho pressa!, saúde é que interessa!





Manifesto
Eu, jucimara de Almeida Moreira estarei no manifesto colocando muita participação e relembrando o documento assinada pela então candidata Dilma Rousseff abaixo descrita:
“(...)Assumo, perante as organizações não governamentais, o movimento social de luta contra a AIDS, os cidadãos e cidadãs que vivem com HIV-Aids, os seguintes compromissos:
Ampliação significativa da distribuição e acesso a preservativos masculinos, preservativos femininos, gel lubrificante, insumos e tecnologias de prevenção; Execução dos planos já lançados pelo governo federal, de enfrentamento da epidemia junto a públicos mais vulneráveis, a exemplo dos Planos dirigidos aos homens que fazem sexo com homens e às mulheres; Investimento na indústria nacional no sentido de ampliar a capacidade instalada, habilidade e competência para a produção de antirretrovirais e de princípios ativos, bem como aplicar as sanções legais em caso do não cumprimento dessas pautas. Assumir as  responsabilidades  federais  e  incentivar  a  responsabilidade
compartilhada  dos  três  níveis  de  governo  visando:  a melhoria  da  qualidade  dos serviços de assistência; a disponibilidade de número suficiente de profissionais de saúde,  com melhor  qualificação,  remuneração  digna  e  condições  adequadas  de trabalho; a implantação de programas de adesão; tratamento dos efeitos adversos dos  tratamentos; superação dos problemas de  falta  recorrente de  remédios para tratar as co-infecções e de demora na realização de exames de CD4, carga viral e Genotipagem.”.

Neste sentido, Sra. Presidenta! Aqui representada pelo Sr. Excelentíssimo Ministro Alexandre Padilha como fica O não comprimento do que foi assumido pela então candidata a presidenta DILMA com o Movimento Social . A constituição de 1988 estabeleceu que a saúde é direito de todos e dever do Estado. É possível cumprir o que o documento assinado determina?
Quando a lei não é cumprida pelos cidadãos:  ficamos sujeitos a prisão, multas e pagamento de cestas básicas e os nossos governantes? Como são punidos quando os gestores não cumprem? Quantas mortes mais teremos que ter para que os responsáveis tomem posição e cumpram o que já foi estabelecido e pactuado?


São Paulo, 28 de agosto de 2012.

sábado, 25 de agosto de 2012

A nova cara da Aids

A nova cara da Aids




http://www2.unesp.br/revista/?p=4095



Trinta anos depois do início da epidemia, pesquisadores tentam entender e contornar um novo problema: o envelhecimento precoce que afeta os soropositivos, causado pela convivência prolongada com o HIV. O tratamento garantiu longevidade aos pacientes, mas cobra um custo alto para a saúde e a qualidade de vida. A doença não está controlada, alertam os médicos

domingo, 19 de agosto de 2012

Entrevista dada ao site Terra

Jucimara Moreira, 28 anos

Jucimara Moreira, 28 anos, divide seu tempo entre lecionar para alunos de 1ª a 4ª séries do Ensino Fundamental e o trabalho de prevenção à aids e de apoio a soropositivos no Grupo Pela Vidda, no Rio de Janeiro. Ela convive com a doença desde os 18, quando descobriu que ela e o marido estavam infectados.

Jucimara contraiu o vírus HIV do marido, Cláudio Oliveira, já falecido. "Fui infectada na nossa noite de núpcias", acredita a professora. O diagnóstico veio três meses depois do casamento, quando o marido foi internado em decorrência de uma pneumonia. "Fiz os exames e descobri que também estava com o vírus", recorda.

Oliveira faleceu um ano e quatro meses depois do casamento. "Na época, eu não sabia como viver. Aos 19 anos, estava viúva e com aids. Até então, pensava que era imune a esta doença", conta Jucimara, que há quatro anos decidiu trabalhar no Grupo Pela Vidda.

"Entendi melhor o que é conviver com a aids ao conhecer o grupo. Ter esperança é primordial, e aqui divido isso com outr http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI431247-EI298,00-Jucimara+Moreira+anos.htmlos homens, mulheres e adolescentes soropositivos", diz. "Sou feliz por passar a realidade em que vivemos, como são as políticas de saúde pública. Eu luto pelos direitos humanos", afirma.
Redação Terra

Revista Saber Viver Tuberculose n.01 (06/2005)

Sobre a Saber Viver Tuberculose

A publicação, sobre a co-infecção aids e tuberculose, é dirigida às pessoas afetadas pelas duas doenças ou por uma delas, com o objetivo de colaborar com o tratamento e promover a prevenção. Foram editados dois números. O primeiro, em 2005, com tiragem de 10 mil exemplares e distribuição apenas no Rio de Janeiro. O segundo, em 2009, com tiragem de 50 mil exemplares e distribuição nacional.

Todas as Edições Especiais

Edições da Saber Viver que abordam questões específicas do viver com aids.

EU VOU!!!!!!!!!!!!!!!IX Congresso Brasileiro de Prevenção das DST e Aids, II Congresso Brasileiro de Prevenção das Hepatites Virais, VI Fórum Latino-americano e do Caribe em HIV/Aids e DST e V Fórum Comunitário Latino-americano e do Caribe em HIV/Aids.

Congressos e Fóruns em São Paulo debatem DTS, Aids e Hepatites Virais

Entre os dias 28 e 31 de agosto de 2012, a cidade de São Paulo recebe centenas de pessoas dispostas a discutir os rumos das DST, Aids e Hepatites Virais. Organizações não governamentais e organizações governamentais; instituições de ação local, nacional e continental; conhecimento prático e conhecimento técnico-científico; pesquisadores e militantes da sociedade civil; serviços, programas, redes, lugares e contextos culturais e políticos diversos. Diferentes cenários e atores sociais encaram o desafio de estabelecer um debate propositivo sobre as estratégias e ações a serem ampliadas, aperfeiçoadas ou abandonadas para que o acesso universal e equitativo à prevenção se efetive nos diferentes territórios do Brasil e da América Latina.
IX Congresso Brasileiro de Prevenção das DST e Aids, II Congresso Brasileiro de Prevenção das Hepatites Virais, VI Fórum Latino-americano e do Caribe em HIV/Aids e DST e V Fórum Comunitário Latino-americano e do Caribe em HIV/Aids.
Os dois congressos e dois fóruns partem do tema central “Sistema de saúde, redes comunitárias e o desafio de fazer prevenção” para se desdobrarem em três eixos temáticos que receberão enfoque prioritário em cada dia dos eventos.
Eixos temáticos
No primeiro dia do evento, as atividades buscam enfocar a temática da reforma dos sistemas de saúde no Brasil e na América Latina e Caribe, trazendo à tona, em particular, uma reflexão crítica da atualidade e as implicações para a prevenção e o cuidado em saúde. Estão presentes tópicos como: a promoção do acesso e a qualificação das ações de saúde como prioridades atuais; os mecanismos de compromisso de gestão; as novas modalidades de organização dos serviços na atenção básica; os modos de financiamento.
Já o eixo temático do segundo dia intitula-se “Rede de atenção: serviço, comunidade e o lugar da prevenção”. O debate estrutura-se em indagações como: atuação articulada para a atenção integral; qual é o papel da atuação comunitária? Qual é o papel da rede de serviços de saúde?
Para o terceiro dia, está previsto o desafio permanente de se construir a prevenção. E nele estão contempladas questões como: as transformações culturais, sociais, políticas e econômicas e seus impactos sobre a epidemia; a necessidade de revisão/renovação das respostas nacionais frente a essas transformações; o desafio de assegurar a todos o acesso e a qualidade necessários para a garantia de uma vida mais saudável; o compromisso político de buscar uma sociedade mais justa e favorável à prevenção; a politização do debate do campo de prática da prevenção e dos direitos humanos.
Saiba mais em congressoprevencao/2012congressoprevencao/2012

Campanha Igual a Você





 http://www.unaids.org.br/campanhas/igual_voce.asp

Igual à Você é uma campanha contra as violações de direitos humanos e desigualdades, especialmente nas áreas da saúde, educação, emprego, segurança e convivência. Trata-se de uma oportunidade de sensibilização da sociedade brasileira para o respeito às diferenças que caracterizam cada um dos grupos sociais inseridos na campanha, reafirmando a igualdade de direitos.
Liderada pelo UNAIDS e por outras Agências da ONU (UNESCO, UNODC, ONU-Mulheres e ACNUR), a campanha tem a parceria de redes da sociedade civil que lutam pela igualdade de direitos: ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais), AMNB (Asso- ciação Brasileira de Mulheres Negras Brasileiras), ANTRA (Articulação Nacional de Travestis, Transexuais e Transgêneros), Movimento Brasileiro de Pessoas Vivendo com HIV/Aids e Rede Brasileira de Prostitutas. O material foi produzido pela agência [X]Brasil – Comunicação em Causas Públicas e gravado em estúdio com trilha sonora original de Felipe Radicetti.
A campanha chama a atenção para o preconceito que estudantes, gays, lésbicas, pessoas vivendo com HIV, população negra, profissionais do sexo, refugiados, transexuais e travestis e usuários de drogas vivenciam todos os dias no Brasil. O preconceito se manifesta por meio de atitudes e práticas discriminatórias, tais como humilhações, agressões e acusações injustas pelo simples fato de as pessoas fazerem parte de um grupo social específico.
São 10 filmetes e spots de rádio de 30 segundos cada, os quais também estão disponíveis com legendas em inglês e espanhol e cuja distribuição e divulgação é livre.
FRAGMENTOS – Direitos humanos em pauta

O vídeo “Fragmentos” traz uma compilação de depoimentos colhidos durante a produção da Campanha Igual à Você. Os testemunhos apresentados destacam as experiências de discriminação e preconceito específicas vividas por representantes das populações retratadas na Igual à Você (estudantes, gays, lésbicas, pessoas vivendo com HIV, população negra, profissionais do sexo, refugiados, transexuais
e travestis e usuários de drogas).
Mais do que retratar os desafios, o vídeo Fragmentos traz mensagens de esperança e de compromisso com os direitos humanos expressos na voz dos participantes da Campanha Igual à Você.
- ACNUR
- ONU MULHERES
- UNESCO
- UNAIDS
Acesse o material da campanha:
Spots de rádio
Visualizar (formato .zip)
- Crianças Vivendo com HIV/Aids download
- Diversidade na Escola download
- Gays download
- Lésbicas download
- Pessoas Vivendo com HIV/Aids download
- População Negra download
- Profissionais do sexo download
- Refugiados download
- Travestis e Transexuais download
- Usuários de Drogas download

Videos
Visualizar (formato .zip)
- Vídeo Fragmentos download
- Gays download
- Lésbicas download
- Pessoas Vivendo com HIV/Aids download
- Profissionais do sexo download
- Refugiados download
- Transexuais download
- Usuários de Drogas download
- Crianças Vivendo com HIV/Aids download
- Diversidade na Escola download
- População Negra download


http://www.unaids.org.br/campanhas/igual_voce.asp

sábado, 18 de agosto de 2012

Paixão pela VIDA

http://www.paixaopelavida.org/conoce_jucimara.phphttp://www.paixaopelavida.org/conoce_jucimara.php
> Jucimara Moreira
>
> Deus é a paixão da vida da Jucimara. Sua fé é o que lhe dá forças para
> continuar, para superar as dificuldades, para vencer os obstáculos.
> Conhece muitas pessoas que abandonaram seus tratamentos de HIV por
> Deus, supondo que sua fé seria suficiente para enfrentar o vírus. No
> entanto, Mara esclarece que o HIV venceu todas as barreiras:
> religiosas, de raça, de classe social. E que a fé em Deus e o cuidado
> do corpo, através de tratamentos, devem caminhar juntos.
>
> Jucimara tem 32 anos e há 14, vive com HIV. Se casou quando tinha 18
> anos e, três meses depois, seu marido descobriu que tinha HIV. Um ano
> e meio depois, ele faleceu por causa da AIDS. Mara nunca imaginou que
> corria riscos de adquirir o HIV. Por isso, afirma que qualquer um de
> nós é vulnerável a ele.
>
> Depois de 7 anos solteira, Mara conheceu quem hoje é seu marido, um
> homem que não vive com HIV. Quando lhe contou que vivia com o vírus,
> ele lhe respondeu: "não é porque descobri que a rosa tem espinhas, que
> vou deixar de admirar sua beleza e seu perfume".

programa Cabeça pra Cima da Rede Boas Novas

O Programa Cabeça pra Cima recebe os convidados: Médico Edimílson
Migowski, o ator Cazu Barros e Mara Moreira' para debater sobre um
tema polêmico: AIDS

O Programa Cabeça pra Cima vai ao ar de segunda à sexta a partir das
22h00 na Boas Novas.

Para assistir pela Internet, acesse nosso link:
http://boasnovas.tv/assista/ao-vivohttp://boasnovas.tv/assista/ao-vivo

Vidas em Cronicas

http://sistemas.aids.gov.br/blogvidas/index.php?q=historias/e-possivel-superar-preconceitos

É possível superar preconceitos
Autor(a):
Mara Moreira

Existem pessoas que, durante a vida, precisam superar preconceitos.
Quando conseguem, abrem caminhos para um mundo melhor. Como muitas
outras mulheres, peguei o vírus da aids do meu marido. Fiquei viúva,
mas não desisti de lutar pela vida e pelo amor. Durante os anos 2000,
minha vida tem sido bem mais interessante, pois acreditava que não
teria outro relacionamento afetivo, que ficaria “viúva da aids”, mais
o tempo passa e de 2000 para cá, entendi que poderia voltar a me
relacionar.

Foi então que conheci algumas pessoas soropositivas que me
interessaram, pois acreditava que tinha somente que me relacionar com
pessoas que tinham também o HIV como eu. Mas, com o passar do tempo,
compreendi que sendo positivo ou negativo para o vírus da aids, a
camisinha teria que fazer parte da minha vida, porque então fazer esta
restrição?

Com esse pensamento, encontrei uma pessoa muito especial. Ah! Que
momento difícil foi o de revelar a minha sorologia - contei em nosso
quinto encontro. Pensei que não iria aceitar-me, pois não trocamos
nenhuma mensagem no dia posterior a revelação, e trocávamos mais de
100 por dia! O silêncio me preocupou... E agora? Será que
continuaríamos após aquela revelação? Aí às 17h a mensagem chegou:
“Não é porque descobri que a Rosa tem espinhos que deixarei de admirar
sua beleza e seu perfume”.

Hoje, sou casada com uma pessoa soronegativa para o HIV, que me dá o
maior incentivo e valoriza o trabalho que desenvolvo, com seus valores
e com um caráter ilibado. Não tem preconceito contra as pessoas que
vivem com aids, sejam heterossexuais ou não.

Realizo meu tratamento no hospital Evandro Chaga (Fiocruz), no projeto
de pesquisa de dois novos medicamentos (TMC 114 e 125) e usando outro
injetável de adesão muito difícil. Mas acho que meu engajamento no
ativismo neste momento tem sido fundamental para conseguir forças e
continuar a lutar.

“Porque vale a pena viver, vale a pena esperar, vale a pena lutar pela vida!”

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Mulher casa virgem e contrai HIV na primeira relação

FANTÁSTICO - 09/01/11;
 Mulher casa virgem e contrai HIV na primeira relação;
 A contaminação está cada vez maior entre as pessoas com mais de 50 anos, principalmente as mulheres. O comportamento de risco é caracterizado pela relação sexual sem preservativo. Trinta anos depois do surgimento da Aids, a cara da doença mudou. Antigamente, existiam os chamados grupos de risco, como os homossexuais masculinos e os usuários de drogas injetáveis. Hoje, como mostra o doutor Drauzio Varella, o que existe é comportamento de risco. Tanto é que a contaminação está cada vez maior entre as pessoas com mais de 50 anos, principalmente as mulheres.
 “Eu casei aos 18 anos. Era uma estudante, uma pessoa feliz. Uma adolescente que vivia dentro dos parâmetros de Deus, porque eu fui criada na igreja”, conta a voluntária do grupo Pela Vidda Mara; Moreira, que vive em Itaguaí, município do Rio de Janeiro. É evangélica e segue os preceitos da igreja. Para ela, sexo só no casamento. “Um dia eu estava indo para Campo Grande. Outro dia, estava indo para Cuiabá. Então, eu não tinha raiz em parte alguma”, revela o caminhoneiro aposentado Nestor Ramiro de Assis, que levava a vida de um jeito bem diferente. Quando se separou da esposa, aproveitou a liberdade da estrada.
No início, a Aids foi chamada de peste gay. Depois, surgiu o conceito de grupos de risco: homens homossexuais, usuários de drogas injetáveis e mulheres com muitos parceiros. Enquanto isso, em silêncio, o vírus se espalhava entre homens e mulheres que não faziam parte desses grupos.“As mulheres dos postos acham que todos os motoristas têm dinheiro. Então, você não pode dormir na cabine dos postos porque elas ficam batendo no vidro da janela, convidando para fazermos amor”, conta o caminhoneiro aposentado.
 Hoje nós sabemos que não há grupos de risco. O que existe é ocomportamento de risco. O comportamento de risco é caracterizado pela relação sexual sem preservativo. Segundo o Ministério da Saúde, os casos de Aids aumentam no grupo de mulheres casadas e nas pessoas
 acima dos 50 anos de idade. Maria Filomena Cenicchiaro, diretora do ambulatório do Centro de
 Referência do Tratamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis de São Paulo, confirma que os dados estão de acordo com os testes realizados no ambulatório. “Essa população não procura muito os centros de teste. Quando elas procuram é porque descobriram que o parceiro ou a parceira
 já está desenvolvendo a Aids. Aí, vai fazer o teste e normalmente tem
 um resultado positivo”, diz.

 “Apesar de ter casado virgem, eu não usava camisinha. Como método contraceptivo, eu usava pílula. Eu não queria engravidar porque estava estudando e tinha acabado de me casar”, lembra Mara Moreira. Ela conta que achava que estava fora dos grupos de risco, mas a Aids estava mais próxima do que ela esperava. “Três meses depois de casar, meu esposo ficou muito doente. Foi feito o exame. Ele era positivo para o HIV e não sabia Três meses depois veio o meu resultado, também positivo”.
“No início de 1986, nós tínhamos uma mulher com Aids para quinze homens. Hoje, temos dez mulheres para quinze homens. Quando pegamos o corte de 13 a 19 anos, é o contrário: para cada dez meninas oito meninos”, revela o ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão.“Eu não tinha conhecimento nenhum de como se pegava o HIV. Eu não tinha informação nem se podia lavar a roupa junto na mesma máquina, se podia compartilhar o prato, a colher”, conta Mara Moreira.Você só pega Aids se fizer sexo com penetração sem camisinha ou se; usar seringas e agulhas contaminadas pelo vírus. “A gente ficava 90 dias fora viajando e ao menos aos sábados tinha que acontecer alguma coisa, quando não era no meio da semana. Então, umas duas por semana dava. Foram 17 anos assim”, conta Nestor Ramiro de Assis, de 72 anos. Na geração dele, ninguém se preocupava com a Aids. Diziam até que usar camisinha era como chupar bala sem tira o papel. Eles pensavam que homens que só mantinha relações sexuais com mulheres não corriam risco de pegar a doença. Estavam enganados. “Foi assim que eu adquiri o HIV. Não me interessa saber de quem foi que eu peguei, porque eu não vou saber mesmo. O culpado sou eu, mais ninguém”, diz Nestor Ramiro de Assis.

 “Nós temos toda uma conversa para mostrar que o estímulo não é no pênis, nem na região genital. Primeiro, é na cabeça. É só beijar e pronto, o estímulo já foi acionado, já houve uma ereção. Tem que aproveitar a ereção e colocar a camisinha nesse momento”, orienta Maria Filomena Cenicchiaro.
 “As pessoas não estão tendo consciência”, comenta uma mulher.“Na verdade, quase ninguém usa”, completa um homem. Fizemos alguns avanços: acabamos com a transmissão do HIV por transfusão de sangue, reduzimos muito a de mãe para filho e por drogas injetáveis. Hoje, a principal forma de transmissão é a relação sexual sem preservativo. Infelizmente, o uso de camisinha vem diminuindo entre mulheres e homens de qualquer idade, tanto nos relacionamentos
 estáveis quanto naqueles mais casuais.
 Através do sexo, o vírus da Aids passa de um homem para outro homem do homem para mulher e da mulher para o homem. Passa, sim, da mulher para o homem. “Nunca passou pela minha cabeça que eu pudesse pegar o vírus da Aids; Na periferia de Ponta Grossa, no Paraná, funciona a ONG Reviver, que atende as famílias dos portadores do vírus da Aids. Nestor Ramiro de Assis é motorista e uma espécie de faz-tudo na instituição.
 “A chegada do Nestor à instituição foi uma surpresa e um presente. Os
 trabalhos estavam começando em Ponta Grossa, uma região bem fechada para isso, e não tínhamos motorista. Ainda havia muito preconceito.
 Ele chegou, se dispôs a ser motorista e fez disso uma missão de vida”, lembra Cláudia Maria Hey Silva, da ONG Reviver.
 “Se perguntarem para mim um dia por que eu faço esse serviço eu vou dizer que não sei. Eu faço porque gosto, não espero recompensa de ninguém. Eu nunca pensei em ajudar os outros para ir para o céu”, garante Nestor Ramiro de Assis.
 “Os coroas e as coroas estão fazendo mais sexo desprotegidos. Percebemos o aumento da incidência em mulheres acima de 50 anos. É uma nova dinâmica, são novos desafios. Temos que estar preparados paraenfrentá-los”, diz José Gomes Temporão.
 Depois do choque de descobrir que tinha o vírus da Aids, Mara e Nestor reagiram. E, graças ao tratamento antiviral, a vida deles melhorou. Mas todo cuidado é pouco. Sem tomar os remédios todos os dias, os portadores do HIV ficam sujeitos a infecções e voltam a correr riscos.
 No próximo domingo (16), você vai conhecer pessoas que estão em tratamento e o impacto que ele provocou em suas vidas. “Hoje, quando uma pessoa estranha me pergunta se eu tenho HIV, respondo que sim e pergunto: ‘e você?’”, finaliza Nestor Ramiro de Assis.
 VEJA A MATÉRIA COMPLETA NO SITE DO FANTÁSTICO

 http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1640383-15605,00-MULHER+CASA+VIRGEM+E+CONTRAI+HIV+NA+PRIMEIRA+RELACAO.html > http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1640383-15605,00-MULHER+CASA+VIRGEM+E+CONTRAI+HIV+NA+PRIMEIRA+RELACAO.html
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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O programa Espelho AIDS e jovens com Lazaro Ramos





Sinopse: O programa Espelho debate o tema da Aids e sua disseminação entre os jovens. Lázaro Ramos visita o Grupo Pela Vidda, onde conversa com Mara Moreira e no Jardim Botânico fala com a infectologista Norma Rubini, do Hospital Grafrée Guinle. O aumento da contaminação entre os jovens, as festas chamadas “roleta russa”, onde participantes sabem que um é contaminado pelo HIV e ainda sim se relacionam sem camisinha e o trabalho das ONGs, são os assuntos do programa. Como todos os entrevistados alertam, prevenir é melhor que remediar.

http://historicodoespelho.blogspot.com.br/search/label/AIDS%20e%20jovenshttp://historicodoespelho.blogspot.com.br/search/label/AIDS%20e%20jovens

Drauzio Varella esclarece mitos sobre contágio do vírus da Aids



Drauzio Varella esclarece mitos sobre contágio do vírus da Aids Trinta anos após surgimento da doença, o médico vai explicar...que serviu de cativeiro. Trinta anos depois do surgimento da Aids, o Dr. Drauzio Varella tira as dúvidas que ainda existem na...

Fantástico | Última atualização: 21/01/2011 00h00

Em São Paulo, funcionava o maior presídio da América Latina, o Carandiru. Mais de sete mil homens. Ali, durante 13 anos, o Dr. Drauzio Varella acompanhou doentes com AIDS: 17% dos detentos eram portadores do HIV.

. Veja outros episódios da série

. Reveja a série 'Transplante, o dom da vida'


A cocaína injetada na veia era a droga da moda. Seringas e agulhas passavam de mão em mão. Sem acesso à camisinha, nas visitas íntimas, os presos infectados transmitiam o vírus para suas mulheres. O cenário era desolador, dentro e fora da cadeia.

O primeiro caso de Aids no Brasil foi diagnosticado em 1982. A partir deste ano, o número de mortes começou a subir assustadoramente. Os primeiros pacientes nem sabiam que o HIV existia. De repente, caíam doentes, com infecções que se repetiam uma depois da outra até a morte.

“Nós infectologistas sempre tivemos a possibilidade de tratar e curar pessoas. De repente, uma geração toda morreu nas nossas barbas. Nós não tínhamos medicamentos, estávamos aprendendo a tratar as infecções e foram perdas que causaram um desgaste emocional e pessoal muito grande para cada um de nós. Acho que todos nós deixamos de ser onipotentes”, admite o Dr. David Uip.

“Quando eu me infectei, há 18 anos, a gente ficava só esperando o dia de morrer. A gente só falava ‘Quando é que vai ser a minha vez?’ .Tanto que nós tínhamos um grupo de teatro para falar sobre o preconceito que a gente vivia e como isso nos matava mais rápido. Aí, o grupo de teatro acabou porque todos morreram”, relata a ativista Nair Britto.

Até a metade dos anos 1990, o preconceito contra a Aids e o alto custo do tratamento tornavam a vida dos doentes muito difícil. A situação só melhorou quando os portadores do vírus decidiram se organizar, mostrar o rosto e exigir que o estado garantisse o acesso aos medicamentos mais modernos.

“Eu fui parar em uma conferência no Canadá. Uma conferencia de Aids, internacional. E lá eu descobri que tinha remédio, que a gente podia tomar e viver mais. Aí, quando cheguei aqui no Brasil, em 1996, eu entrei na Justiça e consegui que um juiz percebesse a importância de eu ter esse acesso e concedeu uma liminar. Foi a primeira liminar que concedeu medicamento para Aids a uma pessoa”, conta Nair.

Nair estava desesperançada e lutar por estes direitos foi a forma que encontrou para seguir vivendo. Graças à ação de pessoas como ela, no Brasil, milhares de vidas foram salvas.

“Outras pessoas também foram buscar na Justiça esse direito, acabou que houve uma avalanche de ações e aí virou política universal de acesso a todo mundo. Acho que a força desta conquista foi tão grande que eu acabei vivendo”, se orgulha a ativista.

O programa brasileiro de combate a Aids reduziu muito o número de mortes. Em 1997, foi criada uma lei que garante o acesso de todos os brasileiros aos medicamentos contra o vírus.

O Brasil enfrentou a resistência de países como Alemanha, Suíça e EUA, onde estão os maiores laboratórios do mundo, mas conseguiu aprovar a declaração que permite a quebra de patentes de remédios para proteger a saúde pública, combater epidemias de doenças como Aids, tuberculose e malária e garantir que a população tenha acesso a medicamentos essenciais.

As políticas públicas brasileiras servem de exemplo para o mundo inteiro, mas, infelizmente, o preconceito da sociedade ainda persiste. A carioca Mara, evangélica, casou virgem aos 18 anos e foi infectada nas primeiras relações com o marido.

“Foi difícil entender como seria minha vida daquele momento em diante e fiquei sete anos sozinha, achando que era aquilo que Deus queria para minha vida. Então, já que Ele tinha levado meu primeiro esposo, eu achava que ia ser essa a realidade para minha vida daquele momento em diante. Aí eu conheci o Evandro através de torpedos, uma brincadeira em um site de relacionamento, onde a gente trocava mensagens, mais de 100 mensagens por dia. Ficamos longos três meses nos conhecendo através de torpedos. No nosso quinto encontro, eu falei para ele que eu era soropositiva porque eu tinha me infectado no meu primeiro casamento. No dia seguinte ao encontro, ele não mandou nenhum torpedo até 17h. Eu fiquei desesperada, eu falei : ‘nossa, eu acho que ele pensa que pega Aids através de torpedo, só pode ser’”, lembra Mara.

“Às 17h, eu tomei coragem, telefonei e perguntei por que ele não tinha mandado um torpedo, que se ele não quisesse ser meu amigo, eu ia entender. Ele disse: ‘não, Mara, eu estou trabalhando muito, eu estou no meu plantão. Daqui a pouco eu te mando uma mensagem’. E eu fiquei na expectativa de qual seria aquela mensagem”, conta.

“Em um primeiro momento, eu tomei um choque, fui educado ao falar, mas me choquei sim”, reconhece Evandro Trajano da Silva, companheiro de Mara.

O HIV não é transmitido pelo aperto de mão, pelo beijo ou por contato com objetos pessoais, como toalhas, talheres ou copos. Nem quando uma gota de sangue infectado cai sobre a pele íntegra.

“É obvio que a gente ainda vai ter desigualdade e preconceito, mas eu acho que hoje está todo mundo parando, nem que seja um pouquinho, para pensar sobre isso e eu acho que a gente vai construindo uma sociedade melhor, um mundo melhor. Essa é a minha visão de presente. E a minha visão de futuro é a cura. E a cura não só do vírus, mas a cura mesmo dessa ideia de exclusão, que eu acho que é a que dói mais”, afirma Nair Brito.

“Depois de muita reflexão eu pensei e vi que não tinha nada a ver, que eu poderia sim ter um relacionamento com ela, independentemente de ela ser soropositivo ou não”, relata Evandro.

“E às 18h, quando ele saiu do plantão, ele mandou uma mensagem que dizia o seguinte: ‘Mara, não é porque eu descobri que a rosa tem espinhos que eu vou deixar de admirar sua beleza e o seu perfume’”, conta Mara.

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Para romper o silêncio da AIDS

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Para romper o silêncio da aids

Pesquisa mostra que um em cada 10 portadores não conta ao parceiro fixo que tem HIV



Uma linda rosa



Foto: Alex Ferro/Agência Pedra Viva/Divulgação

Mara é HIV positivo e casada há cinco anos com Evandro. "Tomei a decisão certa ao contar para ele no 5º encontro sobre a aids."

Mara Moreira tinha só 18 anos quando descobriu o HIV, três meses após casar virgem com o primeiro marido. Ela ficou viúva 1 ano e meio depois de trocar alianças e a morte do companheiro por aids fez com ela passasse sete anos em total isolamento da vida amorosa, das relações sexuais e da possibilidade de dividir a vida com outra pessoa.

O apoio do Grupo Vidda do Rio de Janeiro, no entanto, fez com que ela arriscasse tentar viver mais uma história de amor. Em uma sala de bate-papo, com o codinome “Rosa”, ela encontrou preencheu uma ficha e encontrou Evandro, 98% de afinidade com suas preferências e gostos.

Foram dois meses trocando mais de 200 mensagens por dia até que os dois resolveram marcar o encontro. No shopping, ela atestou que de fato o “amigo virtual” não mentiu sobre os seus 1,90 m de altura e olhos claros. Agora, era hora dela pensar se a mentira sobre seu diagnóstico seria um caminho ou não. Ao mesmo tempo, não conhece ninguém que no primeiro encontro diz “oi, tudo bem? Então, tenho diabetes.” Com o HIV também não era assim.

No 5º encontro, ela depois de pensar muito, resolveu falar sobre a sua condição. Mara é evangélica, segue as determinações de que sexo só depois do casamento, mas não queria deixar só para esta hora a revelação. Evandro ouviu a notícia e foi embora. Naquele dia, as constante média de 200 mensagens de celular trocadas por dia se resumiu a nenhuma.

No fim da tarde, a mensagem “não é porque eu descubro que a Rosa tem espinho que eu vou deixar de achá-la bonita e admirar seu perfume”, confirmou que Mara Moreira havia tomado a decisão certa.

Hoje, eles estão casados há 5 anos, felizes e fazendo da camisinha uma parceira. “A maioria das pessoas não conta ao namorado que tem o vírus por medo da reação, mas não imagina que esta reação pode ser boa. Eu sou feliz hoje e dividir o diagnóstico e poder partilhar várias outras coisas da vida. Não é só a doença.”

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Programa de Aids no Brasil enfrenta falhas e precisa ser 'replanejado'


Programa de Aids no Brasil enfrenta falhas e precisa ser 'replanejado'

Júlia Dias Carneiro

Da BBC Brasil no Rio de Janeiro
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/07/120724_aids_programa_brasil_jc_ac.shtml
Atualizado em  25 de julho, 2012 - 12:15 (Brasília) 15:15 GMT



Pedro Chequer, do Unaids no Brasil, diz que é preciso refletir sobre nova realidade da epidemia

Apesar de ser tido como um modelo de política de saúde pública no exterior, o programa brasileiro de tratamento e prevenção da Aids vive uma fase de declínio e precisa de um "replanejamento", alertam especialistas do setor.

"O programa brasileiro tem que ser revisitado. Deve haver uma reflexão profunda sobre a nova realidade da epidemia do país, e um redesenho das estratégias com vistas ao acesso universal (ao tratamento)", diz Pedro Chequer, coordenador no Brasil do Unaids, o programa da ONU contra a Aids.

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"Não podemos ficar na percepção de que o programa caminhou bem e está bem. Temos desafios novos e eles têm de ser enfrentados."

O Programa Nacional DST/Aids começou a chamar a atenção do mundo em 1996, quando o Brasil se tornou o primeiro país em desenvolvimento a determinar, por lei, o acesso universal à terapia antirretroviral.

Entre 2003 e 2005, o modelo brasileiro foi reconhecida por prêmios da Fundação Bill e Melinda Gates, da Organização Mundial da Saúde e da Unaids. Os resultados costumam ser apresentados em encontros internacionais, como a Conferência Internacional de Aids, em andamento até sexta-feira em Washington.

Problemas

A imagem positiva se mantém, mas o aumento das denúncias de organizações da sociedade civil vem alertando para uma realidade mais dura no âmbito local.

Entre os problemas que vêm sendo apresentados estão falta de médicos, leitos e exames para os pacientes; de medicamentos para tratar doenças causadas pelos antirretrovirais; de recursos para ONGs; bem como episódios de desabastecimento do coquetel em postos de saúde, obrigando os pacientes a interromper o tratamento.

Para Eduardo Gomez, pesquisador da Universidade Rutgers de Camden, em Nova Jersey, a história de sucesso do programa brasileiro de Aids entrou em declínio nos últimos anos por fatores como a saída de recursos internacionais e o enfraquecimento da relação entre o governo e a sociedade civil.

"Historicamente, o programa de Aids brasileiro tinha uma conexão forte com as ONGs, mas agora elas estão sem recursos e sem motivação. O governo precisa delas para conscientizar populações difíceis de atingir", diz Gomez, que pesquisa o sistema de saúde público brasileiro.

'Desmantelamento'

Para o psicólogo Veriano Terto Júnior, coordenador-geral da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids (Abia), houve um desmantelamento na resposta brasileira à Aids.

"As pessoas estão morrendo, as ONGs estão fechando as portas, os hospitais estão terríveis e o governo federal está censurando suas próprias campanhas", afirma.

Ele se refere a dois episódios recentes nos quais o governo federal decidiu rever campanhas sobre a prevenção do HIV. As mudanças foram vistas como uma atitude conservadora, motivada por pressão, sobretudo, de grupos evangélicos.


Na estatística nacional, a epidemia da Aids alcançou um estágio de relativa estabilidade, atingindo cerca de 0,6% da população. Porém, a cada ano mais de 30 mil pessoas são infectadas – no ano passado, foram 33 mil. A epidemia cresce no Norte, no Nordeste e no Sul.

Pedro Chequer lembra que havia dúvidas sobre a capacidade do Brasil de financiar uma oferta universal de antirretrovirais. Hoje, o país investe cerca de R$ 1,2 bilhão no programa por ano, e este orçamento conta com apenas 0,25% de recursos internacionais.

Alcance

Mas o fato de a oferta ser universal não significa que alcance todos os soropositivos. O Ministério da Saúde estima que 250 mil brasileiros tenham o vírus sem que saibam.

"Nosso investimento é para reduzir esse número, ampliar o número de diagnósticos e aumentar o número de pessoas em atendimento", afirma Eduardo Barbosa, diretor adjunto do departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. "Vamos ter que trabalhar para absorver esse novo grupo de pessoas na rede."


Ativistas do Grupo Pela Vidda reclamam de problemas como falta de exames para monitorar eficácia do tratamento

À medida que aumenta a longevidade de pessoas soropositivas, aumenta a demanda sobre a rede de saúde pública, já que os pacientes não precisam apenas do tratamento antirretrovirais. A terapia prolongada com o coquetel da Aids pode causar uma série de efeitos colaterais, como diabetes, danos a órgãos vitais e lipodistrofia (uma mudança na distribuição de gordura pelo corpo).

No tratamento dessas doenças, pacientes esbarram em problemas típicos da rede pública: falta de leitos, falta de remédios, falta de médicos. O programa nacional foi descentralizado em 2003, e desde então conta com Estados e municípios para executar as políticas na ponta.

"Ainda temos vários gargalos a serem resolvidos. Os hospitais estão realmente sobrecarregados e acabam tendo dificuldade para o agendamento (de consultas)", diz Barbosa. "Hoje, nosso grande investimento é para o atendimento ter uma fluidez maior. Em alguns lugares ainda temos dificuldades, como o Rio de Janeiro."

Sem recursos

No braço carioca do Grupo Pela Vidda, a visita da BBC Brasil durante um encontro de ativistas desencadeia uma sessão de denúncias. Todos soropositivos, eles vêm sofrendo na pele problemas como a falta exames para monitorar a efetividade do tratamento.

Os exames para testar a imunidade e a carga viral devem ser feitos a cada três ou quatro meses, informa o Ministério da Saúde. No Rio, eles dizem conseguir fazer em média uma vez por ano, e muitas vezes têm o tratamento modificado pelo médico "às cegas", sem ter o resultado do exame para guiar a mudança.

Apesar da importância que tiveram na elaboração da resposta nacional à Aids, ONGs como a Abia e a Pela Vidda sobrevivem com dificuldades, e muitas estão fechando as portas.

Os motivos são plenos de contradições. O Brasil cresceu e pulou de categoria: passou de país de baixa e média renda para nação de alta e média renda, e deixou de ser elegível para doações de instituições filantrópicas. Passou de receptor a doador.

As ONGs se queixam de que o governo não compensou por essa fuga de capitais, e elas ficaram sem recursos. O problema maior, entretanto, parece ser que os recursos disponíveis não chegam a elas.

Eduardo Barbosa diz que o governo federal repassa R$ 10 milhões por ano para projetos de ONGs, mas parte da verba fica parada. "Existe uma grande dificuldade dos Estados de fazer parcerias com as ONGs por conta de problemas de certificação", diz.

Pedro Chequer estima que aproximadamente R$ 150 milhões destinados às ONGs estejam parados nos cofres dos Estados, acumulados.

"Há necessidade de mais dinheiro, mas Estados e municípios não têm capacidade operativa de usar os recursos que o governo federal repassa. Isso é grave, sinaliza um descaso com a saúde pública. Recurso parado significa postergar a ação, às vezes ao ponto de o paciente ter um diagnóstico tardio. Um diagnóstico tardio é uma grande perda", diz.

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/07/120724_aids_programa_brasil_jc_ac.shtml

domingo, 12 de agosto de 2012

As poderosas do Rio na matéria de capa da Saver Viver 49

01/08/2012


As poderosas do Rio na matéria de capa da Saver Viver 49. Leia agora no site. Os exemplares da revista serão distribuidos a partir de agosto




Conheça mulheres soropositivas que sabem viver, descubra a importância do apoio psicológico e acompanhe o trabalho do farmacêutico. Tudo isso e muito mais na Saber Viver 49. http://saberviver1.entregadordecampanhas.net/ver_mensagem.php?id=H|1288|111194|129174108188917900

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Entrevista dada ao Globo ciência pela usuária: Mara Moreira-IPEC/FIOCRUZ

http://globotv.globo.com/rede-globo/globo-ciencia/




Entrevista dada ao Globo ciência pela usuária: Mara Moreira-IPEC/FIOCRUZ
Saiba como avançaram as pesquisas e o que os cientistas brasileiros estão estudando sobre a doença



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Conheça os novos tratamentos para AIDS



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Acompanhe a consulta de uma paciente portadora do vírus HIV



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