Ribeirão Preto, 30 de Maio de 2011
Projeto Girassol forma a primeira turma de voluntários para a conscientização sobre a Aids
Projeto, criado pela vereadora Gláucia, recebeu Mara Moreira, do Grupo pela Vidda; ela falou sobre trabalho e sua experiência e esperanças como portadora de AIDS
A coordenadora do Grupo Pela Vidda, do Rio de Janeiro, Mara Moreira, esteve neste sábado, 28/5, em Ribeirão Preto a convite da vereadora Gláucia Berenice, presidente da Frente Parlamentar DST/AIDS da Câmara Municipal. Para uma platéia de militantes da causa, entre multiplicadoras formadas pelo projeto Girassol e profissionais das áreas de direito, saúde e assistência social, Mara contou sobre os dezesseis anos em que convive com a Aids e os avanços e desafios para o enfrentamento da doença, entre eles, a perspectiva de uma vacina. Ela ficou conhecida após participar do programa “Aids-30 anos depois”, apresentado pelo médico Dráuzio Varella.
Para a palestrante, as vacinas para tratamento de soropositivos e não portadores deve demorar ainda mais dez anos, pois estão em fase inicial. Enquanto isso, o Grupo Pela Vidda e outras organizações pressionam para a ampliação das pesquisas em medicamentos, apesar de considerar os atuais antirretrovirais como um avanço. “O uso prolongado de qualquer medicamento faz o organismo se acostumar. Com os antirretrovirais não é diferente”, explicou alertando quanto a perda de eficácia dessas drogas após anos de uso por parte da pessoa com Aids. Ela mesma faz parte de um grupo de pesquisas da Fiocruz para novos remédios que contenham a replicação do vírus.
Outros desafios enfrentados pelas pessoas com HIV são a falta de infectologistas, de medicamentos para tratar os efeitos colaterais do coquetel anti-HIV e de políticas sociais. “Antes, no diagnóstico, a pessoa já era aposentada, e hoje não é mais assim, é muito mais difícil conseguir os benefícios como o auxílio doença”, pontuou. Outra luta do grupo é o avanço em pesquisas em antirretrovirais específicos para mulheres, uma vez que os atuais surgiram para tratar homens que eram quase a totalidade dos casos de infecção por HIV e o coquetel atual provoca a masculinização das usuárias. Outros efeitos colaterais conhecidos são diabetes e o aumento dos níveis de triglicérides e colesterol.
Mara, que foi infectada no seu primeiro casamento, aos 18 anos, relatou como superou o isolamento e hoje é uma militante no grupo fundado pelo sociólogo Betinho. Há cinco anos está casada novamente com um parceiro que não tem o HIV. Disse que a pessoa tem direito de contar ou não sobre sua condição, mas que a prevenção se torna uma obrigação para o resto da vida, ainda que ambos os parceiros tenham o vírus. Sobre ter filhos, Mara assegurou que é plenamente possível, por inseminação artificial.
Sobre seu envolvimento, Mara disse que procurou o Pela Vidda porque tinha apenas 19 anos e muitas dúvidas quanto à sua nova condição. “Vi que poderia ter vida após a Aids”, resumiu.
O evento também serviu para a apresentação das multiplicadoras formadas pelo projeto Girassol, idealizado pela vereadora Gláucia, e que vão trabalhar na prevenção e divulgação de informações sobre a Aids. As doze multiplicadoras freqüentaram durante dois anos oficinas de capacitação e o projeto inicia no próximo mês a sua segunda edição. “Há vida depois da Aids, mas o objetivo do projeto é levar informação, evitando que muitas pessoas tenham que conviver com essa doença”, resumiu.
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ASSESSORIA DA VEREADORA GLÁUCIA BERENICE
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