sábado, 22 de março de 2014

AIDS, O PRECONCEITO AINDA CONTINUA

AIDS, O PRECONCEITO AINDA CONTINUA

Não há dúvidas de que o preconceito e o estigma contra mulheres positivas, aliados com impacto social da AIDS, têm contribuído para o aumento dramático da infecção do HIV entre as brasileiras durante os últimos anos. Embora o tema Aids seja hoje abordado mais abertamente, o preconceito ainda é a tônica principal de qualquer discussão. Além disso, a maior parte da população urbana provavelmente já travou contato com as informações necessárias à prevenção do HIV sem que isto acarretasse a adoção de práticas seguras de proteção.

A falta de informação unida ao preconceito contribui, a cada dia, para o aumento dos casos de Aids e outras doenças transmissíveis pelas relações sexuais, interferindo cada vez mais na saúde da população. As estatísticas epidemiológicas apresentadas pelo Ministério da Saúde demonstram que a epidemia do HIV/Aids continua crescendo e atingindo homens e mulheres não importando sua raça, credo ou orientação sexual tendo atingindo no mundo: 33 milhões de pessoas vivem com HIV; 25 milhões já morreram; 12 mil novas infecções por dia. No Brasil o quadro é crítico. Diariamente, são registrados 68 novos casos, 107 internações e 30 mortes.

Questões como direitos sexuais e reprodutivos, direitos sociais e a qualificação dos serviços para uma intervenção mais adequada às necessidades e especificidades das mulheres são objeto de recomendações neste mês internacional das mulheres. O conhecimento é um fator identificado como “chave” no fortalecimento das  ações, pois é a ferramenta indispensável para fortalecer mulheres, pois uma vida com HIV pode ser positiva, negativo é o preconceito.

 Jucimara Moreira
Representante Estadual do Movimento Nacional de Cidadãs Positivas/RJ


sexta-feira, 14 de março de 2014

DOCUMENTO POLITICO DO RIO DE JANEIRO






DOCUMENTO POLITICO DO RIO DE JANEIRO

Aos cuidados de:
Presidência da República
Ministério da Saúde;
Departamento de DST, HIV/AIDS e Hepatites Virais.;
Secretaria de Saúde do Estado e Município do Rio de Janeiro.
Conselho Nacional, Estadual e Municipal de Saúde/ RJ;
Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres da Presidência da República;
Secretaria Estadual e Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres do Rio de Janeiro;
CEDIM – Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres;
Ministério Público Federal e Estadual;
Comissão de Saúde da ALERJ;
Frente Parlamentar de AIDS e TB;
Secretária de Gestão Estratégica e Participativa Federal e Estadual;
Comissão de Defesa do Direito das Mulheres na ALERJ;
Comissão dos Assuntos Sociais do Senado Federal;

Nós, do Movimento Nacional de Cidadãs Posithivas – MNCP/RJ, reunidas Rio de Janeiro 11, 12 e 13 de Março de 2014. EEAN - Escola de Enfermagem Anna Nery , com o apoio da Movimento Nacional das cidadãs Posithivas e do fórum de ONG/Aids do Rio de janeiro e suas afiliadas, com a participação da rede Trans, da rede Jovem (COMPLETAR), ICW-Brasil, Rede de comunidade saudáveis e a presença de 230 Mulheres vivendo e convivendo com HIV/AIDS do Rio de Janeiro e do Brasil, visando o fortalecimento técnico e político.
Diante das dificuldades específicas do Rio de janeiro, relacionadas à perda de nossos direitos conquistados no âmbito da assistência e da prevenção a AIDS, considerada doença crônica, reivindicamos:
1-            Criação e implementação de uma portaria sobre Reprodução Humana Assistida (A portaria nº 3.149 do Ministério da Saúde, de 28 de dezembro de 2012) garantindo assim os direitos sexuais e reprodutivos de mulheres com HIV/AIDS no para o Estado do Rio de janeiro;
2-            Garantia da implantação e implementação da portaria de Lipodistrofia No. 02/27/3/2007 e promoção de ações de prevenção a Lipodistrofia (de acordo com a portaria 719/2011);
3-            Criação de pesquisas direcionadas ao uso de metacrilato, e outras formas de preenchimento facial e corporal.
4-            Garantia do acesso a profilaxia pós-exposição ao HIV e DST, para as mulheres vítimas de violência sexual e a disponibilidade imediata das novas tecnologias de prevenção no SUS.
5-            Investimento em pesquisas sobre: HTLV, efeitos adversos relacionados aos ARV´S (Menopausa e Envelhecimento precoce, Neuroaids, dentre outros).
6-            Disponibilidade no SUS do exame para HTLV para a população.
7-            Apoio à formação de mulheres vivendo e convivendo com HIV/AIDS em temas relacionados à: Prevenção Positiva, Lipodistrofia, Violência, Reprodução humana assistida e efeitos adversos.
8-            Inclusão das mulheres vivendo e convivendo com HIV/AIDS nos grupos de trabalho já existentes, e a criação de novos espaços relacionados aos temas mencionados no item 6.
9-            Incluir na política de promoção de equidade em saúde o plano integrado de enfrentamento a feminização da epidemia em HIV/AIDS e outras DST e Hepatites Virais.
10-        Implementação nos estados e municípios das diretrizes do plano de feminização.
11-         Planejamento do plano de redução de contracepção e concepção.
12-        Prevenção a cesárea eletiva da transmissão vertical do HIV, do HTLV, Sífilis e Hepatites Virais.
13-        Fornecimento de fórmula láctea continua para filhos de mulheres vivendo com HIV/AIDS e HTLV.

Acreditamos que com o compromisso de todos, teremos respostas para estas demandas e assim, garantirmos uma vida segura, digna e saudável para todas nós.
Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas

Rio de janeiro, 13 de Março de 2014
 

sábado, 8 de março de 2014

Minha Historia depois da AIDS.....................



Minha Historia depois da AIDS..........................
Existem pessoas que, durante a vida, precisam superar preconceitos. Quando conseguem, abrem caminhos para um mundo melhor, como muitas outras mulheres, peguei o vírus da Aids do meu primeiro marido. Fiquei viúva em 1996, mas não desisti de lutar pela vida e pelo amor. Passei 9 anos viúva mais ao entrar para o ativismo entendi que poderia continuar a sonhar a fazer planos, e minha vida tem sido bem mais interessante, pois acreditava que não teria outro relacionamento afetivo, que ficaria “viúva da AIDS”, mais o tempo passa e de 2005 para cá, entendi que poderia voltar a me relacionar, foi então que  conheci algumas pessoas soropositivas que me interessaram pois acreditava eu, que tinha somente que me relacionar com pessoas que tinham também o HIV como eu. Mais com o passar do tempo compreendi que sendo positivo ou negativo para o HIV,  a camisinha teria que fazer parte agora da minha vida, porque então fazer esta restrição?
Foi onde encontrei  uma pessoa muito especial,  Ah! que  momento difícil o de revelar minha sorologia, contei  em nosso quinto encontro, pensei que não iria me aceitar, pois não trocamos nenhuma mensagem no dia posterior a revelação, trocávamos mais de  100  por dia, o silencio me preocupou e agora? Será que continuaríamos após aquela revelação, aí as 17:00hs, a mensagem chegou: Não é porque descobrir que a Rosa tem espinhos que deixarei de admirar sua beleza e seu perfume.    
 Em 2005, conheci  uma pessoa soronegativa para o HIV, que me dá maior incentivo e valoriza meu trabalho que desenvolvo, com seus valores e com um caráter ilibado não tem preconceito, para com as pessoas que vivem com Aids, seja heterossexual ou homossexual. Moramos juntos 2 anos e nos casamos.
Realizando meu tratamento no hospital Evandro Chaga- FIOCRUZ, no projeto de pesquisa de dois novos medicamentos(TMC 114 e 125 – hoje Raltegravir e Darunavir) e usando outro injetável(Fuseon- T-20) de muito difícil adesão, mais tenho certeza que este meu engajamento no ativismo e minha confiança em Deus também neste momento tem sido fundamental, para conseguir forças e continuar a lutar.“Porque vale a pena viver, vale a pena esperar, vale a pena lutar pela vida!
Após 8 anos de casados nos separamos em 2013,  1 ano separados, o quanto foi difícil lidar com esta situação sem ele ao meu lado, Ele se casou mudou de igreja mais continuou na mesma cidade e eu achei que estava tudo acabo não entendia por que sofrer tanto . E perguntava para Deus porque disso tudo, SENHOR?
            Foi quando uma porta se abriu quando ele bateu em minha janela e tivemos um reencontro uma bela noite de amor reacendeu a chama do amor que ardia em meu peito, AH! SENHOR obrigada dizia eu, mais ainda estava casado mais não era isso que eu queria para mim, ser amante do meu ex-esposo, o queria de volta so para mim, as batidas na janela foram ficando mais frequente e então ele chegou a conclusão que deveria ser separar e que teria sido precipitado em se casar . Ele se separou e casamos novamente 11 de Dezembro de 2013, no mesmo cartoria a mesma juíza o mesmo marido e a mesma esposa. Deus reconstruiu o meu lar e o meu casamento.
Ah! Falando na saúde ele continua não muito bem, hoje em nova pesquisa(Dolutegravir), terapia de resgate(quando esta em falência terapêutica) a minha Carga Viral altíssima e meu CD4 ainda baixo mais não sinto nada, mais as idas e vindas a FIOCRUZ são cansativas e desgastante um dia para exames, outro dia para consulta, outro para pegar medicamentos, transito, extresse, pouco dinheiro, comendo mal,.....
Mais a vida continua ah! O casamento vai indo com todas as dificuldades que todos os casais tem: ciúmes, falta de dinheiro, falta de dialogo, .........
Lutar sempre pelo que se acredita sem deixar de confiar, nunca cruze os braços porque o maior homem do mundo morreu de braços abertos.
Convidamos a todos a estarem conosco em nosso Encontro de Mulheres que realizaremos, os principais temas que discutiremos serão questões como direitos sexuais e reprodutivos e a qualificação dos serviços para uma intervenção mais adequada às necessidades e especificidades das mulheres são objeto de recomendações deste encontro que tem como tema: pelo fim da iniquidade e pela igualdade na promoção dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres vivendo com HIV/Aids foi elaborada por  mim e outra cidadã Posithiva que como eu vive uma relação sorodiscordante,  escrevemos este Encontro através de um concurso e fomos premiadas pelo fundo social elas,  receberemos em nosso encontro o Ministério da saúde, secretaria Estadual e Municipal de saude do Rio de janeiro e das agências de cooperação internacional na Escola de Enfermagem Ana Nery nos dias 11, 12 e 13  de março de 2014.
          Contaremos com a presença tambem das secretarias de políticas publicas para as mulheres, Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual e do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Gerencia estadual e municipal de HIV/Aids do estado do Rio de janeiro.
         Esse Encontro pretende ser um ponto de reflexão no movimento social das mulheres, permitindo que além das discussões políticas, tenha a possibilidade de serem qualificadas com conhecimentos atualizados e pertinentes sobre temas tão relevantes.
 Acreditamos que os novos tempos exigem lideranças mais capacitadas, assim como informações mais acuradas, por isso é fundamental que os eventos da Sociedade Civil, tenham um componente de capacitação e troca de experiência junto aos gestores.
 O conhecimento é um fator identificado como “chave” no fortalecimento das  ações, pois é a ferramenta indispensável para fortalecer ativistas, sobretudo em um país das dimensões do Brasil é importante para instrumentalizar as ativistas para que possam desenvolver ações que garantam a participação ativa na formulação e controle desta  políticas públicas  e  na participação junto a outros movimentos que possam contribuir para garantir o acesso universal aos serviços e equipamentos públicos sobretudo para as mulheres Posithivas para o HIV/AIDS.