Minha Historia depois da AIDS..........................
Existem pessoas que, durante a vida, precisam superar preconceitos.
Quando conseguem, abrem caminhos para um mundo melhor, como muitas outras
mulheres, peguei o vírus da Aids do meu primeiro marido. Fiquei viúva em 1996,
mas não desisti de lutar pela vida e pelo amor. Passei 9 anos viúva mais ao
entrar para o ativismo entendi que poderia continuar a sonhar a fazer planos, e
minha vida tem sido bem mais interessante, pois acreditava que não teria outro
relacionamento afetivo, que ficaria “viúva da AIDS”, mais o tempo passa e de
2005 para cá, entendi que poderia voltar a me relacionar, foi então que conheci algumas pessoas soropositivas que me
interessaram pois acreditava eu, que tinha somente que me relacionar com
pessoas que tinham também o HIV como eu. Mais com o passar do tempo compreendi
que sendo positivo ou negativo para o HIV, a camisinha teria que fazer parte agora da
minha vida, porque então fazer esta restrição?
Foi onde encontrei uma pessoa
muito especial, Ah! que momento difícil o de revelar minha sorologia,
contei em nosso quinto encontro, pensei
que não iria me aceitar, pois não trocamos nenhuma mensagem no dia posterior a
revelação, trocávamos mais de 100 por dia, o silencio me preocupou e agora? Será
que continuaríamos após aquela revelação, aí as 17:00hs, a mensagem chegou: Não
é porque descobrir que a Rosa tem espinhos que deixarei de admirar sua beleza e
seu perfume.
Em 2005, conheci uma pessoa soronegativa para o HIV, que me dá
maior incentivo e valoriza meu trabalho que desenvolvo, com seus valores e com
um caráter ilibado não tem preconceito, para com as pessoas que vivem com Aids,
seja heterossexual ou homossexual. Moramos juntos 2 anos e nos casamos.
Realizando meu tratamento no hospital Evandro Chaga- FIOCRUZ, no projeto
de pesquisa de dois novos medicamentos(TMC 114 e 125 – hoje Raltegravir e
Darunavir) e usando outro injetável(Fuseon- T-20) de muito difícil adesão, mais
tenho certeza que este meu engajamento no ativismo e minha confiança em Deus
também neste momento tem sido fundamental, para conseguir forças e continuar a
lutar.“Porque vale a pena viver, vale a pena esperar, vale a pena lutar pela vida!
Após 8 anos de casados nos separamos em 2013, 1 ano separados, o quanto foi difícil lidar
com esta situação sem ele ao meu lado, Ele se casou mudou de igreja mais
continuou na mesma cidade e eu achei que estava tudo acabo não entendia por que
sofrer tanto . E perguntava para Deus porque disso tudo, SENHOR?
Foi
quando uma porta se abriu quando ele bateu em minha janela e tivemos um
reencontro uma bela noite de amor reacendeu a chama do amor que ardia em meu
peito, AH! SENHOR obrigada dizia eu, mais ainda estava casado mais não era isso
que eu queria para mim, ser amante do meu ex-esposo, o queria de volta so para
mim, as batidas na janela foram ficando mais frequente e então ele chegou a
conclusão que deveria ser separar e que teria sido precipitado em se casar .
Ele se separou e casamos novamente 11 de Dezembro de 2013, no mesmo cartoria a
mesma juíza o mesmo marido e a mesma esposa. Deus reconstruiu o meu lar e o meu
casamento.
Ah! Falando na
saúde ele continua não muito bem, hoje em nova pesquisa(Dolutegravir), terapia
de resgate(quando esta em falência terapêutica) a minha Carga Viral altíssima e
meu CD4 ainda baixo mais não sinto nada, mais as idas e vindas a FIOCRUZ são
cansativas e desgastante um dia para exames, outro dia para consulta, outro para
pegar medicamentos, transito, extresse, pouco dinheiro, comendo mal,.....
Mais a vida
continua ah! O casamento vai indo com todas as dificuldades que todos os casais
tem: ciúmes, falta de dinheiro, falta de dialogo, .........
Lutar sempre
pelo que se acredita sem deixar de confiar, nunca cruze os braços porque o
maior homem do mundo morreu de braços abertos.
Convidamos
a todos a estarem conosco em nosso Encontro de Mulheres que realizaremos, os
principais temas que discutiremos serão questões
como direitos sexuais e reprodutivos e a qualificação dos serviços para uma
intervenção mais adequada às necessidades e especificidades das mulheres são
objeto de recomendações deste encontro que tem como tema: pelo fim da iniquidade e pela igualdade na promoção dos
direitos sexuais e reprodutivos das mulheres vivendo com HIV/Aids foi elaborada por
mim e outra cidadã Posithiva que como eu vive uma relação
sorodiscordante, escrevemos este
Encontro através de um concurso e fomos premiadas pelo fundo social elas, receberemos em nosso encontro o Ministério da
saúde, secretaria Estadual e Municipal de saude do Rio de janeiro e das
agências de cooperação internacional na Escola de Enfermagem Ana Nery nos dias
11, 12 e 13 de março de 2014.
Contaremos com a presença tambem das
secretarias de políticas publicas para as mulheres, Coordenadoria Especial da
Diversidade Sexual e do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Gerencia
estadual e municipal de HIV/Aids do estado do Rio de janeiro.
Esse Encontro pretende ser um ponto de
reflexão no movimento social das mulheres, permitindo que além das discussões
políticas, tenha a possibilidade de serem qualificadas com conhecimentos
atualizados e pertinentes sobre temas tão relevantes.
Acreditamos que os novos tempos
exigem lideranças mais capacitadas, assim como informações mais acuradas, por
isso é fundamental que os eventos da Sociedade Civil, tenham um componente de
capacitação e troca de experiência junto aos gestores.
O conhecimento é um fator
identificado como “chave” no fortalecimento das
ações, pois é a ferramenta indispensável para fortalecer ativistas,
sobretudo em um país das dimensões do Brasil é importante para instrumentalizar
as ativistas para que possam desenvolver ações que garantam a participação
ativa na formulação e controle desta
políticas públicas e na participação junto a outros movimentos que
possam contribuir para garantir o acesso universal aos serviços e equipamentos
públicos sobretudo para as mulheres Posithivas para o HIV/AIDS.