Revista VEJAOs 30 anos do combate à aids no Brasil: vitórias da ciência emperram na tragédia da saúde públicaApesar da contribuição brasileira para o desenvolvimento do combate à doença, pacientes ainda sofrem com a falta de médicos e demora no atendimento
Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
Fita vermelha, símbolo do combate à aids (Thinkstock)
Ministério da Saúde estima que 630.000 brasileiros têm HIV ou já desenvolveram aids, e 255.000 sequer sabem que têm o vírus Há três décadas, pouco se podia fazer. Vulnerável a infecções, o paciente sucumbia logo nas primeiras doenças que se aproveitavam da fragilidade no sistema imunológico. O resultado era a morte em poucos meses. Desde então, o Brasil alcançou vitórias importantes, tornando-se inclusive referência em distribuição universal dos medicamentos que podem retardar o avanço da doença e garantir qualidade de vida aos pacientes. Em 2007 — último dado disponível — a sobrevida dos pacientes de aids atingiu nove anos, mas há registros de brasileiros que manifestaram a doença e administram os sintomas do HIV há mais de 20 anos. Pesquisadores brasileiros têm participado de descobertas decisivas, como o uso eficaz do antirretroviral como método de redução de transmissão do vírus. Os avanços da ciência tropeçam, no entanto, naquele que é o maior desafio do Brasil de hoje: as políticas públicas de saúde, incapazes de levar à população de forma eficiente o resultado do trabalho intenso de médicos e pesquisadores dedicados a entender e vencer o vírus. Como se imagina em um país de dimensões continentais, há diferenças regionais marcantes, mas, de forma geral, todos os estados têm falhado na missão de prover a assistência. Todos os dias, 32 pessoas morrem em decorrência da aids no Brasil. No Rio de Janeiro, segundo estado em mortalidade de pacientes soropositivos, são nove mortes a cada dois dias. A primeira consulta após o diagnóstico do HIV pode levar até seis meses, como em São Gonçalo, município da região metropolitana do Rio. A lentidão não é o único obstáculo. A condição financeira influencia muito na qualidade de vida de um paciente com o vírus HIV. Uma consulta com um infectologista na rede particular leva em média uma hora. Na rede pública, o mesmo procedimento é feito em 15 minutos. É o jeito que os médicos encontraram para conseguir atender à quantidade de infectados e pacientes que buscam ajuda na rede pública no Rio. No PAM 13 de Maio, por exemplo, são cerca de 2.100 pacientes para cinco infectologistas — uma relação de 420 pacientes para cada médico. O número de pacientes por médicos, no entanto, é maior porque uma infectologista está de licença maternidade e não foi substituída. A descoberta da aids “A rede pública oferece o básico do básico. Mesmo assim ainda há falta de medicamentos contra doenças oportunistas, como pneumonia e infecções que, devido à baixa imunidade causada pelo HIV, afetam os que têm o vírus com mais facilidade do que as outras pessoas. Hoje, o soropositivo atendido na rede pública sofre dos mesmos males enfrentados por qualquer outro paciente. O agravante, no entanto, é que a falta do médico ou medicamento pode acelerar ou até mesmo causar a morte”, afirma o psicanalista George Gouvea, coordenador do Grupo Pela Vidda Rio. “Um paciente soropositivo que precisa do SUS espera muito mais tempo para fazer um exame de carga viral, por exemplo, do que outro que não depende da rede pública. Já se sabe que o uso continuado de medicamentos contra o vírus aumenta o risco de problemas cardíacos. No entanto, os soropositivos têm séria grande dificuldade para conseguir consultas com cardiologistas na rede pública. O acesso a nutricionistas, psicólogos e urologistas também é muito complicado. O mais grave ainda é conseguir uma internação na rede pública”, afirma. Em São Gonçalo, cidade da região metropolitana do Rio com 1 milhão de habitantes, 107 soropositivos esperam há seis meses por atendimento na fila do Posto de Assistência Médica (PAM) de Neves, única unidade que atende portadores do HIV na cidade. Como o problema não foi resolvido pelo gestor municipal, o estado encontrou uma solução precária: abriu um centro de atendimento no Hospital Estadual São Francisco de Assis, na Tijuca, no Rio, para atendê-los. O percurso de 24 quilômetros entre São Gonçalo e o bairro da zona norte do Rio, pode levar mais de duas horas dependendo do trânsito. “A situação é caótica em São Gonçalo e Niterói. Dos 107 pacientes que estavam na lista, apenas 30 foram localizados para iniciar o tratamento. O restante está perdido, procurando atendimento em outras cidades ou desistiu de buscar ajuda. Isso é péssimo não só para o paciente, mas para o controle da epidemia. Quando um paciente é acompanhado e usa antirretroviral, a tendência é que a carga viral fique indetectável. Ou seja, que a quantidade de vírus HIV no organismo dele seja mínima. Ou seja, com menos vírus, o risco de transmissão é muito menor. Mas se o paciente não é tratado, a carga viral aumenta e o risco de transmissão também cresce”, diz a advogada Patrícia Rios, representante do Grupo Pela Vidda em Niterói. No mesmo bairro em que funciona a nova unidade estadual, o PAM Hélio Pellegrino, na Praça da Bandeira, foi referência no tratamento a pacientes com HIV até março desde ano. A saída do último infectologista da unidade obrigou o fechamento do setor dedicado à aids. A falta de médicos deixou 600 portadores da doença abandonados, obrigados a disputar atendimentos em outros postos por conta própria. “Tenho tentado uma consulta em outra unidade, mas não estou conseguindo. Já fui três vezes ao Hospital Rafael de Paulo Souza (no bairro de Jacarepaguá), mas não estão marcando novos pacientes porque o setor de Aids está superlotado. Minha última consulta aqui foi em março. Desde então só venho pegar meus medicamentos. É angustiante ficar procurando ”, contou um auxiliar de serviços gerais, de 51 anos. As dificuldades da rede pública transformaram o ator Cazu Barros, que já foi um símbolo da luta da saúde pública do Brasil contra o vírus, em exemplo do descaso com esses brasileiros. Cazu foi garoto propaganda do Departamento Nacional de HIV/Aids. Aos 40 anos, ele convive com o vírus há 22. “Quando tive o diagnóstico de Aids, na década de 90, o médico me disse que eu só teria mais 6 meses de vida. A ciência evoluiu muito nessas duas décadas. Mas os que dependem do SUS não têm acesso a todas as conquistas. Tentei marcar uma consulta em setembro, mas minha médica só tinha horário para novembro”, conta.
Aos 36 anos, Mara Moreira vive há 18
com o vírus HIV. Ela faz parte de um grupo de pacientes em processo de “falência
terapêutica”. Ou seja, pessoas com aids que hoje têm poucas opções de tratamento
porque o vírus já não responde a maioria dos remédios. O drama vivido por Mara é
agravado pelo fornecimento irregular do último e único remédio capaz de frear o
HIV.
“Estou no meu último esquema. O único
remédio que ainda funciona, no meu caso, é o Maraviroc. Ou seja, eu não posso
ficar sem ele para não dar chance do meu organismo criar resistência porque se
isso ocorrer eu não tenho mais opção. Mesmo com um liminar da Justiça que me
garante o fornecimento do remédio, eu já fiquei dias sem a medicação. A resposta
para a falta de remédios é sempre ‘problema de logística’. Eu estou cansada de
tanto descaso”, afirma Mara.
No Rio, as dificuldades não se limitam ao
atendimento ambulatorial. Pacientes mais graves, que precisam de cuidados
hospitalares, enfrentam uma peregrinação por socorro. Com cerca de 35.000
pacientes em tratamento contra a doença e outros 7.000 em acompanhamento, o
estado tem apenas 150 leitos de internação exclusivos para soropositivos, admite
Alexandre Chieppe, superintendente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria
Estadual de Saúde.
“É um problema hoje. O paciente com aids é um doente complexo, que usa número grande de medicamentos e precisa de equipe específica para atender essas pessoas. A expectativa é que até o primeiro semestre do ano que vem a gente tenha mais 50 leitos”, diz.
O diagnóstico tardio agrava o que por si só já
seria um problema. Segundo Chieppe, um número “significativo de pessoas se
interna no primeiro diagnostico”. O estado não tem, no entanto, o percentual de
diagnóstico tardio nas emergências. “Temos um grande numero de pessoas que têm o
diagnostico quando já estão doentes, com quadro avançado. Talvez o nosso
principal desafio seja ampliar o diagnostico nos municípios e incentivar as
pessoas a se testarem”, diz.
O secretário municipal de Saúde do Rio, Hans
Dohmann, afirma que não há falta de infectologistas na rede. Segundo ele, há
problemas no agendamento de consultas em algumas unidades de saúde.
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Este Blog está sendo direcionado as mulheres vivendo e convivendo com HIV e Aids, pesquisadores, estudantes, familiares, amigos e parceiros,......
domingo, 16 de dezembro de 2012
Os 30 anos do combate à aids no Brasil: vitórias da ciência emperram na tragédia da saúde pública
Panorama do HIV e da AIDS no Brasil
Queridos,
Assistam o Programa UNIDIVERSIDADE do canal saúde, foi exibido dia 10/12 às 17:30hs.
abaixo o link.
hiper legal! Assistam vão gostar!
Twitter: @maracidada
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sábado, 1 de dezembro de 2012
Programa Alternativa Saude tema: Aids
Seguem os horários no canal GNT:
Apresentação:27/11 as 22h
Reapresentações:
28/11 - 12h e 16:30h
01/12 - 16h
02/12 - 6h
04/12 - 19:30h
www.gnt.com.br/alternativasaude
Apresentação:27/11 as 22h
Reapresentações:
28/11 - 12h e 16:30h
01/12 - 16h
02/12 - 6h
04/12 - 19:30h
www.gnt.com.br/alternativasaude
CARTA COMUNITÁRIA DO XVI VIVENDO
CARTA
COMUNITÁRIA DO XVI VIVENDO
“ PVHA PEDEM
SOCORRO”
Entre os dias 22 e 24 de novembro de 2012, aconteceu
no Rio de Janeiro o XVI Encontro Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e Aids,
“VIVENDO”, que ainda hoje configura-se como um dos principais espaços
comunitários de reflexão e debate no Brasil envolvendo as questões da epidemia
de HIV/Aids, reunindo pessoas vivendo e convivendo, membros de organizações de
luta comunitária enganjados no movimento social, membros do governo, mais
especificamente dos Programas de AIDS, Hepatites Virais e Tuberculose,
especialistas da área biomédica e das ciências humanas, bem como profissionais
de outras áreas de conhecimento, como direito, serviço social entre outros, o
encontro mais uma vez chamou atenção para as questões de maior importância em
relação a epidemia de HIV/Aids sobretudo do ponto de vista dos que vivem e
convivem com a doença. Neste sentido, a proposta do “VIVENDO” reflete a história
e a trajetória da Aids no Brasil e do movimento social de luta contra o HIV e
Aids.
Neste XVI VIVENDO, em torno de 300 participantes se
reuniram para intercâmbios e debates, principalmente sobre as temáticas de
Assistência e Tratamento em HIV e Aids, Exclusão Social das PVHA, Mobilização
Social, Sustentabilidade, Ativismo e Direitos Socais. Em todas as atividades um
dos principais assuntos abordados foi o atual momento de retrocesso e inécia da
Política Brasileira de enfrentamento a epidemia de HIV/Aids, sendo destacado
principalmente, o enfraquecimento da resposta comunitária e a falta de uma
política pública para garantir as ações de controle social no SUS e de defesa de
direitos para as PVHA. Também chamou a atenção apresentação e discussão de dados
epidemiológicos significativos e alarmantes como o aumento de novos casos entre
os mais jovens, mulheres e os grupos socialmente mais excluídos e
marginalizados, denominados vulneráveis.
Apesar da participação de representantes do
Departamento de DST, Aids e Hepatites Vírais em várias atividades da
programação, os participantes do XVI VIVENDO questionaram a todo momento a falta
de objetividade do Ministério da Saúde no posicionamento em relação a atual
crise de enfrentamento a Aids no Brasil e a necessidade de um posicionamento
mais responsável, transparente e articulado com os setores envolvidos na
Resposta Brasileira. Considerando que o movimento social brasileiro tem lutado
incansavelmente por avanços e melhorias de maneira a combater esse retrocesso e
avançar na consolidação de uma política de Aids mais digna e eficaz, através de
uma ação conjunta e integrada, por intermédio de uma parceria sólida e
respeitosa entre governo e sociedade civil.
A
Carta Comunitária do XVI VIVENDO é o somatório das reflexões e iniciativas
levantadas nas 18 atividades inclusas na programação distribuídas em formatos
autogestionáveis e participativos, como os bocões temáticos, no qual público,
disparadores e facilitadores poderiam literalmente colocar a boca no
trombone e
interagir sobre o tema abordado como o Sofá Viva a Vida - 20 anos sem Herbert
Daniel,
que trouxe-nos um resgate da memória do grande ativista de luta contra a Aids e
fundador do Grupo Pela Vidda-RJ.
Todas as atividades inclusas na programação
possibilitaram ampla reflexão acerca dos problemas atuais, fomentando inclusive
uma marcha do local do evento até a Praça da Cinelândia, palco histórico de
grandes manifestações políticas, onde ocorreu a concentração dos ativistas e
militantes, em formato de vigília, protestando contra o cenário atual da
política de AIDS no Brasil e a necessidade de priorizar o controle social nesse
âmbito, buscando reforçar o apoio efetivo as organizações da sociedade civil e
das Redes Comunitárias que se fragilizam a cada dia com o descontinuar de suas
ações mesmo com a demanda crescente que vem recebendo.
O
movimento social de pessoas vivendo e convivendo com HIV/Aids presentes neste
XVI Encontro adverte e reivindica urgência das autoridades públicas de saúde
diante da necessidade de uma ampla mobilização para a reconstrução da Resposta
Brasileira de enfrentamento ao HIV e Aids, visando retomar os investimentos no
combate a epidemia e promover um melhor Programa de Aids ao contrário do que
estamos vivenciando nos tempos atuais.
Seguem reflexões e recomendações do XVI
VIVENDO:
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Ninguém vive bem com Aids. Não concordamos com as afirmações do poder público ao declarar que hoje se vive bem com HIV e Aids, é inadmissível declarações deste teor;
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Hoje no Brasil ainda se morre de Aids por falta de e assistência social, serviços e profissionais especializados no atendimento e acompanhamento médico das pessoas vivendo com HIV e Aids;
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Hoje está havendo um novo aumento da mortalidade por Aids devido diagnóstico tardio, pela falta de acesso ao tratamento ou em decorrência das condições de vida das PVHA, em geral precárias, inclusive com aumento da taxas de coinfecção tuberculose e Aids. Medidas urgentes são necessárias para mudar essa situação.
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Há a necessidade de afirmação de um estado laico e sintonizado com as necessidades das populações mais vulneráveis, sem amarras religiosas fundamentalistas ou compromissos obtusos com setores conservadores.
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É urgente o retorno do protagonismo e maior independência do Departamento de DST, Aids e Hepatítes Vírais, no contexto do Ministério da Saúde.
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A participação da Sociedade Civil na formulação de alternativas deve ser ouvida não apenas como mero espaço de consulta, mas valorizada como referencial de experiência e realidade vivida pelas PVHA, familiares e contextos comunitários.
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A criação de estratégias de comunicação voltadas para as realidades locais e para as especificidades de populações mais atingidas é fator fundamental para que se amplie o nível de informação e conhecimento sobre a epidemia propiciando, também, um ambiente de educação continuada em saúde.
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Faz-se urgente a discussão de outras formas de prevenção, além do modelo impositivo do uso do preservativo, que contemplem espaços para discussão de gestão de riscos, uso de novas tecnologias e autonomia responsável das pessoas, inclusive contemplando casais sorodiscordantes.
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É de extrema urgência a necessidade de capacitar os profissionais de saúde dos centros de referência e serviços de atendimento especializados a PVHA para que os mesmos possam receber um atendimento adequado, respeitoso e digno visando a garantia dos direitos humanos e a melhoria da sua qualidade de vida.
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É necessário trabalhar a educação sexual preventiva precocemente nas escolas, haja vista com base em dados do último boletim epidemiológico, que os jovens estão iniciando suas atividades sexuais precocemente sem preservativo e consequentemente deixando de praticar o sexo seguro.
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Precisa-se de uma resposta do governo quanto a questão do monitoramento da verba que será repassada aos Estados e Municípios em relação a política de Aids, tendo em vista que as PVHA não podem e nem devem ficar a mercê de decisões políticas, a epidemia de Aids corre o risco de ficar ainda mais banalizada invés de avançamos na ações de enfrentamento.
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A questão da criminalização da Aids precisa ser abordada como uma questão específica em cada caso e acima de tudo deve-se ampliar a visão de todos em relação as formas de infecção, visto que se na transmissão horizontal é crime na vertical não é diferente, porém onde entra o Estado e o Município nesse processo? ele intervém da forma como deveria? As campanhas chegam a todas as populações inclusive as mais vulneráveis? É preciso refletir melhor sobre o entendimento jurídico e social dos prováveis culpados.
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O recurso advindo dos projetos sociais dos editais que podem ser liberados para as ONG's precisam ser menos burocráticos e mais objetivos, é preciso ter uma flexibilidade nesses projetos e não entender as ONG's como se fossem empresas ou prestadores de serviços. Esses processos precisam ser discutidos e definidos em conjunto, não aceitamos tratamento diferenciado, mas não podemos também gerenciar projetos com na lógica empresarial ou de prestadores de serviços pois temos Estatuto, CNPJ e Missão Institucional definida, é urgente a definição de um marco legal (legislação específica) para as entidades que atuam no terceiro setor.
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O trabalho de base do movimento social está enfraquecido, as pessoas vivendo e convivendo com HIV/Aids estão deixando de se articular e trabalhar conjuntamente, não aderem as manifestações, não ajudam na elaboração de ações e intervenções contra as devolutivas do governo e não unem seus esforços em prol de um bem maior, os direitos das PVHA. Hoje só percebe-se quem está como movimento social e quem de fato é movimento social.
Coletivo de Pessoas Vivendo, Convivendo e
Lutando contra a epidemia de HIV e Aids, participantes do XVI Encontro Nacional
de Pessoas Vivendo com HIV e Aids – VIVENDO – ocorrido no Rio de Janeiro no
período de 22 a 24 de novembro de 2012.
GRUPO PELA VIDDA-RJ
Utilidade Pública Estadual Lei nº
2038-26/11/92
Av.
Rio Branco, 135 sl. 709 Centro Rio de Janeiro - RJ CEP: 20040 006
Tel: (55 21) 2518 3993 Fax: (55 21) 2518 1997 gpvrj@pelavidda.org.br
www.pelavidda.org.br
CNPJ: 35.798.651 / 0001-53
DECLARAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DA PESSOA PORTADORA DO VÍRUS DA AIDS
DECLARAÇÃO
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DA PESSOA PORTADORA DO VÍRUS DA
AIDS
I – Todas as pessoas têm
direito à informação clara, exata, cientificamente fundada sobre a Aids, sem
nenhum tipo de restrição. Os portadores do vírus têm direitos a informações
específicas sobre sua condição.
II – Todo portador do vírus
da Aids tem direito à assistência e ao tratamento, dados sem qualquer restrição,
garantindo sua melhor qualidade de vida.
III – Nenhum portador do
vírus será submetido a isolamento, quarentena ou qualquer tipo de
discriminação.
IV – Ninguém tem o direito
de restringir a liberdade ou os direitos das pessoas pelo único motivo de serem
portadores do HIV, qualquer que seja sua raça,sua nacionalidade, sua religião,
sua ideologia, seu sexo ou orientação sexual.
V – Todo portador do vírus
da Aids tem direito à participação em todos os aspectos da vida social. Toda
ação que tende a recusar aos portadores do HIV um emprego, um alojamento, uma
assistência ou a privá-los disso, ou que tenda a restringi-los à participação
nas atividades coletivas, escolares e militares, deve ser considerada
discriminatória e ser punida por lei.
VI – Todas as pessoas têm
direito de receber sangue e hemoderivados, órgãos ou tecidos que tenham sido
rigorosamente testados para o HIV.
VII – Ninguém poderá fazer
referência à doença de alguém, passada ou futura, ou ao resultado de seus testes
para a Aids sem o consentimento da pessoa envolvida. A privacidade do portador
do vírus deverá ser assegurada por todos os serviços médicos e
assistenciais.
VIII – Ninguém será
submetido aos testes de HIV/Aids compulsoriamente, em caso algum. Os testes de
Aids deverão ser usados exclusivamente para fins diagnósticos, para controle de
transfusões e transplantes, e estudos epidemiológicos e nunca qualquer tipo de
controle de pessoas ou populações. Em todos os casos de testes, os interessados
deverão ser informados. Os resultados deverão ser informados por um profissional
competente.
IX – Todo portador do vírus
tem direito a comunicar apenas às pessoas que deseja seu estado de saúde e o
resultado dos seus testes.
X – Todo portador do vírus
tem direito à continuação de sua vida civil, profissional, sexual e afetiva.
Nenhuma ação poderá restringir seus direitos completos à
cidadania.
Fiocruz vai produzir remédio contra a Aids
Fiocruz vai produzir remédio contra a Aids
Atazanavir, que é distribuído pelo SUS, será, inicialmente, rotulado no país. Em cinco anos, passará a ser produzido por aqui, com economia de R$ 400 milhões
Rio - O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou ontem na sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro, o início do processo de transferência de tecnologia que permitirá que o Brasil produza, a partir de 2015, o antirretroviral Sulfato de Atazanavir. O medicamento, usado no tratamento da Aids, é patenteado pelo laboratório farmacêutico Bristol-Myers Squibb.A produção nacional será no Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), da Fiocruz. A partir de 2013, o medicamento será rotulado no país e num período de até cinco anos será então 100% produzido no Brasil.
Alexandre Padilha cedeu sangue para a testagem como forma de incentivar a população a fazer o exame | Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia
Com a produção nacional e o fim da importação, o
Ministério da Saúde estima que, durante os cinco anos de parceria com a
Bristol, economizará aproximadamente R$ 400 milhões: “Essa parceria é
absolutamente fundamental. Com a produção nacional de medicamentos importantes,
como o Atazanavir, ampliamos o acesso da população a eles e, além disso,
economizamos, geramos mais emprego, renda e inovação tecnológica”, disse
Alexandre Padilha.
O Atazanavir, usado por 45 mil dos 217 mil pacientes em tratamento contra a Ais no país, é distribuído pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Padilha faz teste rápido na Rocinha
O ministro Alexandre Padilha, participou à tarde, na favela da Rocinha, da Mobilização Nacional de Prevenção e Testagem para a HIV, sífilis e hepatite B e C. A ação foi organizada pelo Ministério da Saúde para marcar o Dia Mundial de Luta contra a Aids, que é hoje.
Na UPA da favela, o ministro fez questão de incentivar a testagem e cedeu sangue para o Teste Rápido — que será realizado na Rocinha até o próximo dia 6. O resultado é divulgado em até 30 minutos, diferentemente do teste tradicional, que demora pelo menos uma semana.
Padilha elogiou a Mobilização, dizendo que iniciativas essa são importantes para despertar o interesse da população em fazer o exame. Segundo ele, das 530 mil pessoas que vivem com HIV no Brasil, estima-se que 135 mil desconheçam que têm a doença.
O Atazanavir, usado por 45 mil dos 217 mil pacientes em tratamento contra a Ais no país, é distribuído pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Padilha faz teste rápido na Rocinha
O ministro Alexandre Padilha, participou à tarde, na favela da Rocinha, da Mobilização Nacional de Prevenção e Testagem para a HIV, sífilis e hepatite B e C. A ação foi organizada pelo Ministério da Saúde para marcar o Dia Mundial de Luta contra a Aids, que é hoje.
Na UPA da favela, o ministro fez questão de incentivar a testagem e cedeu sangue para o Teste Rápido — que será realizado na Rocinha até o próximo dia 6. O resultado é divulgado em até 30 minutos, diferentemente do teste tradicional, que demora pelo menos uma semana.
Padilha elogiou a Mobilização, dizendo que iniciativas essa são importantes para despertar o interesse da população em fazer o exame. Segundo ele, das 530 mil pessoas que vivem com HIV no Brasil, estima-se que 135 mil desconheçam que têm a doença.
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