Projeto Saber para Reagir - Oficina sudeste – Ultima no Brasil.
27.09.2012
Os resultados no Brasil:
O
Projeto Saber para Reagir fez o ultimo trecho da caminhada pelo Brasil.
Esse trecho foi na região sudeste entre os dias 21 a 24 de setembro de
2012.
A
meta de participação do Brasil foi superada - Nas cinco regiões foram
102 mulheres vivendo com HIV/ AIDS e mais 4 intercambistas dos seguintes
países: Angola, Moçambique, Guiné Bissau e Cabo Verde. Cada região
adotou um desses países, e será necessário alimentar essa nova parceria,
caso contrario ela se perderá.
Em
cada oficina da região todos os estados brasileiros estiveram presentes
por meio da representante estadual, suplente, colegiado regional e mais
uma nova participante com perfil de comprometimentos futuros com o
MNCP. Foram produzidos planos de trabalho (estadual e regional), carta
de necessidades regional e em algumas regiões um projeto – “observatório
das cidadãs posithivas”
Em todos os estados brasileiros foi possível localizar mulheres vivendo e inseri-las no MNCP.
Algumas impressões:
AGENDA POLITICA
Foi
observado, que as demandas identificadas e registradas em carta e
entregues durante a reunião com os gestores tiveram os mesmo conteúdos
em todas as regiões, com isso, é possível afirmar que, embora o Brasil
tenha diferenças (culturais, políticas etc.) as necessidades das
mulheres vivendo são as mesmas de norte a sul.
Esta
constatação cria uma unidade de mobilização nacional em torno dessas
necessidades para a incidência política na agenda das mulheres do MNCP
com maior propriedade, isto é, enquanto as questões levantadas nessas
cartas não forem equacionadas será necessário um investimento das
mulheres do MNCP para a implementação dessas políticas.
DEFICIENCIAS
Outro
aspecto que foi observado nesta caminhada foram às deficiências
presentes entre nós pessoas com HIV/AIDS, sendo algumas delas a visual,
auditiva, intelectual etc.. E isso requer de nós estratégias durante a
organização de eventos, bem como, contribuir para a elaboração de
políticas especificas que contemple a necessidades dessas pessoas.
ATIVISMO
Em alguns momentos paramos durante a oficina para pensar qual ativismo estamos praticando e qual desejamos. Segue pequena reflexão tirada desses momentos.
“Ser
amiga do rei” disse uma das mulheres durante a oficina da região
sudeste do projeto Saber para Reagir. Isso queria dizer, segundo ela,
que as pessoas se inseriam no movimento de luta contra AIDS para ficarem
conhecidas e daí, negociar favores pessoais.
Outra
dizia que o ativismo praticado atualmente é aquele focado nos interesse
próprio, não há nenhuma marca de interesse coletivo para mudanças
estruturais na saúde ou demais setores da sociedade. Elas sabem que
precisam se movimentar para conseguir remédios, médicos etc. para o
tratamento do HIV/AIDS.
Há
também, quem diz que os projetos executados pelas organizações da
sociedade civil (ONG, associações etc.) assim como, as redes, movimentos
de PVHA são projetos que para muitas pessoas é para sustento próprio.
Trinta
anos de epidemia... Quantas águas já passaram no cenário da epidemia de
HIV/AIDS referente à participação da sociedade e das PVHA? Muitos com
certeza. Retratos de organizações e pessoas estão nas paredes, jornais,
revistas, documentários e noticiários de televisão, cujo mérito foi
mudar a realidade a qual, julgavam injustas, portanto, decidiriam propor
algo para que a justiça acontecesse. Outras viram neles a possibilidade
de serem incluídas, uma vez que, a margem corriam risco de vida.
Enfim,
os passos que cada um/a deu modificou a realidade, qualquer que tenha
sido a intenção. Trouxe possibilidades. O que mais poderia ter sido
feito alem disso. Que outro ativismo existe além desse? Cabe a cada uma
seguir examinando o tema para de fato contribuir com o seu melhor. Creio
que transbordamos naquilo que o coração esta cheio.
PARCERIAS:
O
projeto contou com o apoio técnico e financeiramente do UNAIDS,
contudo, foi essencial para a realização do projeto o envolvimento e
apoio do Departamento de DST/HIV/AIDS, UNESCO, UNICEF, UNFPA e programas locais de DST/HIV/AIDS em especial o de São Paulo. Outra
parceria importante foi a imprensa, pois a divulgação de cada oficina e
região na impressa foi uma estratégia que contribuiu para dar maior
visibilidade as nossas necessidades. Daí, é preciso reconhecer a agencia
AIDS de noticias como grande aliada.
Conclusão do Projeto Saber para Reagir:
O
projeto ainda terá uma oficina em Cabo Verde, com data prevista para
novembro de 2012, na qual serão convidados: Guiné Bissau e São Tome e
Príncipe.
Em
março de 2013 esta previsto uma oficina final em Moçambique, na qual
serão apresentados os produtos do projeto (livro, avaliação e vídeo).
Participarão desta oficina cidadãs do Brasil identificadas nas regiões e
também dos países africanos (em torno de 10 mulheres)
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