Estudo com macacos revela novos desafios no combate à aids
Animais medicados com antirretrovirais dias após a contaminação por vírus semelhante ao HIV manifestaram a infecção meses depois
HIV: descobertas do estudo ainda precisam ser confirmadas em humanos (Thinkstock/VEJA)
Uma
versão do
vírus HIV que afeta macacos, o SIV, demonstrou ser capaz de se esconder
dos medicamentos retrovirais, revelou um novo estudo. Se o mesmo padrão
se confirmar em humanos, o tratamento pode ter de começar de forma
extremamente precoce após a infecção pelo vírus causador da aids,
revelaram os cientistas. A pesquisa foi publicada no domingo no
periódico Nature.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Rapid seeding of the viral reservoir prior to SIV viraemia in rhesus monkeys
Onde foi divulgada: periódico Nature
Quem fez: James B. Whitney, Alison L. Hill, Srisowmya Sanisetty, Pablo Penaloza-MacMaster, Jinyan Liu, Mayuri Shetty, Lily Parenteau, Crystal Cabral, Jennifer Shields, Stephen Blackmore, entre outros
Instituição: Centro Médico Diaconesa Beth Israelr, nos Estados Unidos, e outras
Resultado: Estudo com macacos infectados com SIV mostrou que os "reservatórios virais" podem ser formados muito precocemente
Título original: Rapid seeding of the viral reservoir prior to SIV viraemia in rhesus monkeys
Onde foi divulgada: periódico Nature
Quem fez: James B. Whitney, Alison L. Hill, Srisowmya Sanisetty, Pablo Penaloza-MacMaster, Jinyan Liu, Mayuri Shetty, Lily Parenteau, Crystal Cabral, Jennifer Shields, Stephen Blackmore, entre outros
Instituição: Centro Médico Diaconesa Beth Israelr, nos Estados Unidos, e outras
Resultado: Estudo com macacos infectados com SIV mostrou que os "reservatórios virais" podem ser formados muito precocemente
Um
desafio-chave para a cura da infecção por HIV é a presença de
"reservatórios virais": células imunológicas infectadas que podem ficar
adormecidas por anos, sem ser afetadas pelo tratamento com
antirretrovirais ou pelo sistema imunológico.
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No
estudo, macacos
receberam medicação antirretroviral três, sete, dez e catorze dias após
a infecção por SIV. O tratamento foi suspenso por seis meses, e o vírus
se replicou em todos os grupos, ainda que mais lentamente nos macacos
tratados mais precocemente.
"A disseminação surpreendentemente precoce do reservatório viral nos
primeiros dias de infecção é séria e traz novos desafios para os
esforços de erradicação do HIV", escreveram os autores do estudo.
"Nossos dados sugerem que será necessário iniciar o tratamento com
antirretrovirais de maneira extremamente precoce, prolongar sua duração
e, provavelmente, adotar intervenções adicionais que ativem o
reservatório viral."
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Os
autores do artigo destacaram que
suas descobertas ainda precisam ser confirmadas em humanos e que há
diferenças importantes entre a infecção por SIV e HIV. No entanto, se
nos humanos o vírus também conseguir encontrar reservatórios antes de
ser detectado no sangue, pode ser muito difícil iniciar o tratamento com
a precocidade necessária, uma vez que o exame de sangue é necessário
para diagnosticar a infecção por HIV, explicou a equipe. Não há cura
para a aids e os medicamentos antirretrovirais apenas controlam a
replicação do vírus, contendo sua disseminação.
A descoberta vem à tona dez dias depois do anúncio de que o HIV foi encontrado em um bebê que parecia curado do
vírus. O bebê tomou antirretrovirais 30 horas depois do nascimento e se
manteve livre do vírus por 18 meses. Após ficar quase dois anos sem
medicação, exames constataram o HIV em seu sangue.
O
novo estudo foi publicado durante a 20ª Conferência Internacional sobre
Aids, que discute os avanços na prevenção e no tratamento da doença, em
Melbourne, na Austrália.
(Com AFP)
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