sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Relatório da Reunião organizada pela UNFPA de apresentação dos resultados de pesquisas sobre saúde sexual e reprodutiva de mulheres vivendo com HIV/AIDS.

Relatório da Reunião organizada pela UNFPA de apresentação dos resultados de pesquisas sobre saúde sexual e reprodutiva de mulheres vivendo com HIV/AIDS.

 
A  pesquisa apoiada pela UNFPA intitulada  “GENIH:  Gênero  e  infecção  pelo  HIV:  estudos  sobre  práticas  e  decisões relativas à saúde sexual e reprodutiva” compõe um conjunto de iniciativas que visam suprir a lacuna de  conhecimento  sobre  as  questões  de  saúde  sexual  e  reprodutiva  das  mulheres  vivendo  com HIV/Aids (MVHA), apresentada pelo estado de São Paulo e Porto Alegre.
Em São Paulo,  coordenada  pelo  Núcleo  de  Estudos  de  População  da  Universidade  de Campinas  (NEPO/UNICAMP),  teve  como  objetivo  principal investigar aspectos de saúde sexual e reprodutiva de mulheres adultas e jovens vivendo com HIV/Aids (MVHA) em comparação à mulheres soronegativas  para  o  HIV  (MNVHA),  os resultados apresentados somente vem somar os esforços da sociedade civil em falar dos retrocessos vivenciados na Epidemia de DST/AIDS, o diagnóstico tardio, a discriminação vivenciado nas unidades de saúde, empobrecimento, baixa escolaridade, falta de conhecimento dos resultados de CD4 e Carga Viral, laqueaduras, grande numero de abortos e gravidez não desejadas, dificuldades de acesso a insumos seja camisinhas e gel.

Os objetivos  específicos  da pesquisa destacam-se:

1)  Comparar  características  sociodemográficas  e  de  comportamento  sexual  e  reprodutivo  de MVHA e MNVHA, incluindo acesso e uso de métodos contraceptivos, a ocorrência de gravidez não planejada, e histórico de interrupção de gestação;
2)   Descrever  e  comparar  a  proporção  de MVHA  e MNVHA  que  relatam  situações  de  violência psicológica,  física e/ou sexual sofrida e a associação desses episódios com aspectos da saúde sexual e reprodutiva de MVHA e MNVHA; 
3)   Entre MVHA,  investigar  a  especificidade  da  infecção  pelo  HIV/AIDS nas decisões e práticas relacionadas à vida sexual e reprodutivas dessas  mulheres; 
4)  Investigar a associação de características dos serviços de saúde e da assistência à saúde sexual e reprodutiva de MVHA e MNVHA com suas práticas/decisões contraceptivas e reprodutivas;
5)  Investigar  e  comparar  entre  MVHA  e  MNVHA  os  fatores  individuais, relacionais,  sociais  e programáticos/  institucionais  associados  a  práticas  contraceptivas  em  uso,  a  ocorrência  de gravidez não planejada e ao histórico de interrupção de gestação.

Em Porto Alegre, a pesquisa teve o  objetivo  de  também  avaliar  as  especificidades  das mulheres  vivendo  com HIV/Aids  no  que concerne à saúde sexual e  reprodutiva, comparando-as com mulheres soronegativas para o HIV,  foi realizada  em  Porto  Alegre  pela  Universidade  Federal  do  Rio  Grande  do  Sul  (UFRGS)    a  pesquisa “Saúde Sexual e Reprodutiva de Mulheres Vivendo no Contexto da Epidemia do HIV/Aids em Porto Alegre”. Entre os objetivos específicos, destacam-se:

1)   Avaliar  a  associação  entre  o  diagnóstico  de  soropositividade  para  o HIV/Aids  e  a  prática  de aborto;
2)  Avaliar a associação de soropositividade para o HIV/Aids e o relato de violência física e sexual;
3)   Investigar o uso de métodos contraceptivos pelas mulheres que vivem com HIV/Aids ;
4)  Compreender as especificidades do contexto de vulnerabilidade para o vírus que se apresenta
para as mulheres infectadas pelo HIV/Aids em relação às mulheres soronegativas.
O apoio do UNFPA ao estudo GENIH e a divulgação dos resultados das duas pesquisas é parte de sua estratégia de gestão do conhecimento e cooperação para fortalecimento da  integração entre saúde sexual e reprodutiva e direitos sexuais e reprodutivos e HIV/AIDS, compondo seus esforços para  apoiar  a  produção  de  evidências  que  subsidiem  a  tomada  de  decisões  em  saúde  sexual  e  reprodutiva com equidade de gênero, faixa etária, raça e etnia. 

    O Objetivo da reunião realizada pela UNFPA realizada em Brasília no dia 12 de agosto, em Divulgar e discutir os resultados dos estudos “GENIH: Gênero e  infecção pelo HIV: estudos sobre práticas  e  decisões  relativas  à  saúde  sexual  e  reprodutiva”  e  “Saúde  Sexual  e  Reprodutiva  de Mulheres Vivendo no Contexto da Epidemia do HIV/Aids em Porto Alegre e São Paulo”.
Estiveram presentes ministérios das relações exteriores,Ministério do trabalho, Secretaria Nacional da juventude,  Ministério da Saúde, Gestores municipais dos estados sede da pesquisa em São Paulo e Porto Alegre, e a sociedade civil o Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas(Mara Moreira) e a Rede Jovem (RONI /DF), sentimos a falta da SPM- Nacional e do Departamento Nacional de Aids na pessoa do Sr. Marcelo Freitas onde foi falado especificamente de sua área, apesar de estarem presentes as técnicas TAINA e DAMIANA nada defenderam a área da assistência e prevenção a qual foi apontada nessa pesquisa as deficiências existida, bem contra fatos não há argumentos realmente, mais as demandas tem que ser encaminhadas e corrigidas pelo Departamento de DST/AIDS.

E esperamos que depois de publicada a amplamente divulgadas pela UNFPA, os resultados desta pesquisa sejam também apresentadas aos fóruns de ONG AIDS especificamente de São Paulo e Sul, onde poderão respaldar vários documentos que já temos apontados estas deficiências nas áreas de prevenção e assistências.
Não há dúvidas de que o preconceito e o estigma contra mulheres positivas, aliados com impacto social da AIDS, têm contribuído para o aumento dramático da infecção do HIV entre as brasileiras durante os últimos anos. Embora o tema Aids seja hoje abordado mais abertamente, o preconceito ainda é a tônica principal de qualquer discussão. Além disso, a maior parte da população urbana provavelmente já travou contato com as informações necessárias à prevenção do HIV sem que isto acarretasse a adoção de práticas seguras de proteção, aponta a pesquisa realizada pela NEPO/UNICAMP e Universidade  Federal  do  Rio  Grande  do  Sul  (UFRGS) e apresentada pela UNFPA.
A falta de informação unida ao preconceito contribui, a cada dia, para o aumento dos casos de Aids e outras doenças transmissíveis pelas relações sexuais, interferindo cada vez mais na saúde da população.
Os resultados dessas pesquisas demonstram que a epidemia do HIV/Aids continua crescendo e atingindo as mulheres não importando sua raça, credo ou orientação sexual. Questões como direitos sexuais e reprodutivos, direitos sociais e a qualificação dos serviços para uma intervenção mais adequada às necessidades e especificidades das mulheres.
  Nós do MNCP(Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas ) já sinalizamos também estas deficiências em vários documentos recentemente pelo Rio de janeiro nos pontos relacionadas à perda de nossos direitos sexuais e reprodutivos no âmbito da assistência e da prevenção a AIDS, reivindicamos:
1. O conhecimento é um fator identificado como “chave” no fortalecimento das  ações, pois é a ferramenta indispensável para fortalecer mulheres, pois uma vida com HIV pode ser positiva, negativo é o preconceito.

2. Implementação de uma portaria sobre Reprodução Humana Assistida (A portaria nº 3.149 do Ministério da Saúde, de 28 de dezembro de 2012) garantindo assim os direitos sexuais e reprodutivos de mulheres com HIV/AIDS;
3. Garantia do acesso a profilaxia pós-exposição ao HIV e DST, para as mulheres vítimas de violência sexual e a disponibilidade, imediata, das novas tecnologias de prevenção no SUS.
4.  Investimento em pesquisas sobre: HTLV, efeitos adversos relacionados aos ARV´S (Menopausa e Envelhecimento Precoce, Neuroaids, dentre outros).
5.  Apoio à formação de mulheres vivendo e convivendo com HIV/AIDS em temas relacionados a: Prevenção Positiva, Lipodistrofia, Violência, Reprodução humana assistida e efeitos adversos.
6. Incluir na política de promoção de equidade em saúde o plano integrado de enfrentamento à feminização da epidemia em HIV/AIDS e outras DST e Hepatites Virais.
7. Implementação nos Estados e Municípios das diretrizes do plano de feminização.
8. Planejamento do plano de redução de contracepção e concepção.
9. Prevenção a cesárea eletiva da transmissão vertical do HIV, do HTLV, Sífilis e Hepatites Virais.
10.                   Fornecimento de fórmula láctea continua para filhos de mulheres vivendo com HIV/AIDS e HTLV.
11.                   Garantia do emprego e trabalho da Mulher Vivendo com HIV/Aids respeitando a recomendação 200 IOT.

Acreditamos que com o compromisso de todos, teremos respostas para estas demandas e assim, garantirmos uma vida segura, digna e saudável para todas nós Mulheres vivendo com HIV/AIDS no Brasil.


Jucimara de Almeida Moreira
Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas
Rio de Janeiro, 13 de Agosto de 2014.



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